INN participa da inauguração do Centro de Referência Paralímpico de Caieiras, SP

“O esporte auxilia no processo de reabilitação e é a forma mais eficiente de proporcionar à pessoa com deficiência o resgate da autonomia, além de mostrar para a sociedade que existe um ser humano à frente da sua deficiência”. A frase é da profissional de Educação Física e coordenadora geral do Centro de Referência Paralímpico de Caieiras, em São Paulo, Áide Angelica de Oliveira Nessi. O Centro foi inaugurado e é um dos 30 espaços no Brasil que incentivam e acolhem pessoas com deficiência que desejam entrar na área do esporte. E o Instituto Nacional de Nanismo (INN) esteve lá.

O líder do Movimento Nanismo Brasil, Fernando Vigui, e a esposa dele, Fabíola Dreher, representaram o INN durante a solenidade de inauguração do espaço que tem capacidade para atender até 40 pessoas simultaneamente. “É um local super completo, com toda a estrutura e condições para as práticas esportivas. Eles têm professores com habilidades para determinados esportes e pretendem angariar mais profissionais para a continuidade de várias práticas voltadas para a PCD”. 

Para Fernando, o local é uma porta de oportunidades. “O espaço traz mais visibilidade para esses atletas ao enaltecer a importância do esporte paralímpico. É um incentivo para quem tem o sonho de se tornar atleta, esportista, ou para quem quer se desenvolver ou até só praticar sem compromisso”. E tudo isso tem um significado importante para o INN. “Nós estávamos lá para apoiar e validar essa ação e dizer que estamos juntos. Inclusive, ofereceram toda a estrutura para nós, o que nos torna pertencentes a esse projeto”, complementou Fernando. 

O professor de Educação Física, Alexandre Pereira Santiago, foi o responsável por promover o encontro entre o instituto e a prefeitura de Caieiras. “Conheci o INN quando fomos convidados (Equipe Juquery Badminton) para fazer uma vivência no 3° Encontro Nacional e resolvi trazer o nome da instituição para Caieiras na intenção de compartilhar conhecimento para a comunidade local. Muitos não têm informações sobre o nanismo, que tem muitas especificidades. Pra mim, a maneira correta de falar sobre o assunto é dar voz a quem faz parte da comunidade”, ressaltou. 

O Centro 

O projeto de criação do Centro de Referência Paralímpico de Caieiras surgiu durante a pandemia. Áide Angelica de Oliveira montou o projeto e apresentou ao Comitê Paralímpico Brasileiro. “No início não acreditei que pudesse ser capaz de trazer um Centro de Referência para Caieiras, mas depois de muitas conversas montamos juntos o projeto e apresentamos a coordenação do comitê”, conta. 

O centro trabalha as modalidades atletismo, badminton e natação e pretende contribuir com as 7 mil pessoas com algum tipo de deficiência que moram em Caieiras. O local conta com uma pista de atletismo oficial para desenvolver várias modalidades de campo e pista para os participantes, quadras demarcadas em dois ginásios de esportes, além de duas piscinas semi-olímpicas cobertas e aquecidas. A unidade oferece também aos alunos camisetas, kit lanches e avaliação física aos participantes. “Nossos profissionais são especializados em cada esporte, temos referências em arbitragem, iniciação esportiva e detecção de talentos”, explica Áide. E tudo de graça! 

A atuação do centro ultrapassa as paredes. “Nossa intenção é capacitar professores de Educação Física das redes municipal e estadual de educação na nossa região. Vamos  promover festivais, campeonatos escolares e fomentar a educação esportiva paralímpica. Assim estaremos contribuindo com a formação de atletas paralímpicos”, reforça a coordenadora geral do Centro de Referência Paralímpico. 

O esporte e a inclusão

O espaço é um dos 30 existentes no país que reforçam a importância do esporte na vida da população. “Um município que investe em prática esportiva vai muito além de cumprir as leis de acessibilidade e inclusão. A cidade também auxilia no processo de reabilitação e é a forma mais eficiente de proporcionar à pessoa com deficiência o resgate da autonomia, além de mostrar para a sociedade que existe um ser humano à frente da sua deficiência. O esporte é a ferramenta primordial para a inclusão da Pessoa com Deficiência e o melhor caminho para quebras de paradigmas que a sociedade traz ao longo do contexto cultural. Conseguimos reconstruir as relações familiares, ampliamos suas relações sociais. Aquela pessoa passa ser um protagonista”, diz Àide. 

Alexandre Pereira complementa que a ideia da construção desses centros pelos país é facilitar o acesso das pessoas para que não precisem se deslocar para um lugar distante para praticar alguma atividade. “Assim, é possível atender o maior número de pessoas com deficiência, além de propiciar às crianças a inclusão. E serve para todos, até pra quem nunca praticou nenhuma modalidade esportiva. É o tipo de ação que deve ser exemplo para mais cidades brasileiras”, finaliza.

Kamylla Rodrigues

Kamylla Rodrigues é formada em Jornalismo pela Faculdade Alves Faria (ALFA). Já trabalhou em redações como Diário da Manhã e O Hoje, em assessorias de imprensa, sendo uma delas do governador de Goiás, além de telejornais como Band e Record, onde exerce o cargo de repórter atualmente.
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