Hakuna Matata: Mario Netto, TikTok e um vídeo viral que encantou corações 

Mario Netto tem cinco anos, acondroplasia – o tipo mais comum de nanismo – e, assim como a maioria das crianças da sua idade, é apaixonado pelo TikTok. O menino, que ficou conhecido durante a pandemia por meio de um vídeo cheio de amor cantando a música-tema do “Rei Leão” ao lado da mãe, Vanny Santos, de 28 anos, agora amplia a visibilidade das crianças com nanismo. “Nosso foco é falar sobre inclusão e mostrar que tu pode fazer o que quiser, independente da condição”, defende a mãe.

Vanny explica que o “Hakuna Matata” foi o vídeo que os apresentou às pessoas, foi a porta de entrada. “Foi através dele que viralizamos, mas já tínhamos uma frequência de postagem nas redes, tanto no Instagram, Facebook, Tiktok. Pra nós tem sido ótima essa visibilidade, pois conseguimos falar bastante sobre inclusão social, e sim, as pessoas têm outra visão agora a respeito do nanismo. Muita gente comenta que não conhecia criança com nanismo, e agora se interessam em saber um pouco mais”, completa.

A mãe conta que começou a usar a rede social durante a pandemia e que o filho acabou se interessando. O filme Rei Leão, o preferido dela, também se transformou no preferido de Mário, que decorou não apenas as músicas, mas as falas dos personagens. “Gravamos o vídeo, ficou muito divertido e postei num dia à noite e no outro dia, quando acordei, tinha viralizado”. Atualmente, o vídeo original do TikTok conta com 19 milhões de visualizações, 2,3 milhões de curtidas, mais de 64 mil compartilhamentos no WhatsApp e 61,7 mil comentários.

“Através das nossas redes, a gente compartilha um pouco de amor, um pouco de carinho com os seguidores e recebemos o dobro de amor da parte deles. Nós temos um lema: o mundo precisa de mais amor e mais sorrisos. E não existe dificuldade quando se tem força de vontade e amor”, acrescenta Vanny.

O diagnóstico
Vanny se casou aos 20 anos e tinha sempre o sonho de ser mãe. Ela só não esperava que seria tão depressa, mas a gravidez aconteceu no primeiro ano de casada. “Um menino, meu sonho”. Todos os exames estavam normais até a 30ª semana, mas foi aí que as suspeitas começaram. “Pedi um exame porque queria ouvir o coraçãozinho, ver se estava tudo bem, mas a médica começou a indagar coisas sobre nossa família, estatura, se havia alguma síndrome em familiares e encaminhou novamente para a obstetra. Foi aí que surgiu a possibilidade do meu filho ter alguma displasia óssea”, recorda. Os pais passaram por vários especialistas e os diagnósticos passaram de Síndrome de Down a displasias incompatíveis à vida.

“Fiquei extremamente apavorada. ‘Meu Deus, porque está me acontecendo isso? Porque com a gente?’ Eu e meu esposo ficamos totalmente abalados. ‘Incompatível à vida, vai sobreviver por uma semana e os ossos vão comprimir os órgãos…’. Meu mundo desabou, meu sonho de ser mãe”. Ainda havia fé e eles buscaram um novo especialista. Depois de vários exames, a resposta: um tipo de nanismo, uma criança saudável e pequena. “Neste momento meu sonho voltou. Nosso filho iria sobreviver. Ele me tornou uma pessoa grata e a melhor coisa que poderia acontecer na minha vida era ser a mãe do Netto, mãe de uma criança com acondroplasia. Ele me faz acordar todas as manhãs e lutar por um mundo melhor”, finaliza.

 

Catherine Moraes

Jornalista por formação e apaixonada pelo poder da escrita. Do tipo que acredita que a informação pode mudar o mundo, pra melhor!
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