O ator Giovanni Venturini recebeu seu primeiro prêmio individual como melhor ator em curta-metragem durante o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro pela atuação em Big Bang, dirigido por Carlos Segundo. Venturini, que tem displasia óssea espondiolometafisária, interpreta Chico, um homem com nanismo que é vítima de abandono familiar e da exclusão social. Apesar da solidão e dos conflitos, Chico descobre sua forma de existir.
“Não vou dizer que nunca imaginei isso, eu imagino isso há muito tempo. A gente prepara várias coisas para dizer, mas aqui na hora tem o nervosismo. Quero agradecer meu diretor, pela empatia do Carlos, por ter me olhado nos olhos e ter me convidado para contar essa história junto. Meu coração está disparado. É meu primeiro prêmio individual como melhor ator. São 15 anos fechando portas, dizendo muitos não para vários convites que recebi: programas de humor, filmes de comédia e estereótipos. Muito feliz em ganhar um prêmio com uma dramaticidade, saindo desse lugar comum que estão acostumados a nos enxergar, mostrando que a gente é capaz, que a gente pode”, afirmou Venturini durante o discurso.
O ator também aproveitou a oportunidade para dedicar o prêmio às pessoas com deficiência que fazem cinema. “Podia listar vários nomes. Procurem saber, abram espaço para estas pessoas. Preparem as rampas, os elevadores, os intérpretes de libras, as audiodescrições, as legendas por favor. Dedico esse filme a todos que acreditaram no meu trabalho, posicionamento e me deram oportunidades. Nós vamos subir aqui mais vezes: festivais, produção, realizadores de cinema, vamos pensar em acessibilidade”, completou.
Curta já foi premiado
Este não é o primeiro prêmio do filme. O curta foi eleito o Melhor Filme na categoria “Corti d’autore” (Curta de Autor) durante o 75º Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça. A categoria é voltada para curtas que fazem estreia mundial.