Encontro Regional do Instituto Nacional de Nanismo reúne crianças na Estação Turma da Mônica

No último sábado (26), o Instituto Nacional de Nanismo (INN) realizou o primeiro encontro Regional GO/DF Somos Todos Gigantes. O evento, que reuniu famílias, foi realizado na Estação Turma da Mônica, no Shopping Cerrado e marcou também o lançamento em Goiás do novo livro “Nosso Amigo com Nanismo”, da turminha mais famosa do Brasil que agora conta com um novo personagem, o Bernardo, inspirado em um menino com acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo.

Presidente do INN, Juliana Yamin afirma que os encontros têm como objetivo possibilitar que as crianças se reconheçam em amigos com a mesma deficiência e também que as famílias possam conversar e trocar experiências. “Na maioria das vezes eles não encontram crianças com as mesmas características e se sentem muito sós. É tão importante que tenham essa oportunidade e que saibam que não estão sozinhas. Quem está há mais tempo com a gente já criou vínculos. Temos hoje adolescentes que se conheceram aqui, ainda crianças”, completou.

Maria Clara Araújo, de 13 anos, é uma dessas que chegou criança e se tornou adolescente. A menina, que tem acondroplasia, está junto do movimento desde a infância. “Ser uma adolescente com nanismo é ainda mais complicado porque não somos recepcionados em todos os locais. Ontem mesmo fui a uma festa e vi que ficaram me olhando e muitos acharam que eu era criança. Estar aqui e ter o apoio do Somos Todos Gigantes é muito importante porque temos um dia para conversar e ver outras crianças e adolescentes com a mesma deficiência.”

Líder do Movimento Somos Todos Gigantes, Gabriel Yamin também falou sobre essa mudança da infância para a fase adulta. “Essa troca de experiências torna o processo mais fácil. Aqui, além das crianças e famílias, também encontramos hoje adultos com nanismo que podem nos ajudar nessa caminhada e que vivem as mesmas dificuldades que nós ou que já passaram por situações parecidas. No Somos Todos Gigantes encontramos formas de transformar o processo em algo mais leve”, finaliza. 

Laiza Mirella Cazanga Marquiori, de 44 anos, é mãe do João Henrique, de 8 anos, diagnosticado com acondroplasia. Eles moram em Rio Verde (GO), participaram do evento pela primeira vez e ela diz que se surpreendeu com o acolhimento. Ela contou que conheceu o Instituto por meio de outra mãe e a partir daí passou a fazer parte dos nossos grupos de WhatsApp. Há tempos, conta que o filho pedia para conhecer outras crianças com nanismo.

“Surgiu essa oportunidade e nós embarcamos nela. O João se sentiu em casa, muito à vontade, brincou pra valer o tempo todo com as outras crianças e fala o quanto gostou de estar lá. Já eu, como mãe, me senti muito acolhida e feliz por poder trocar ideias com outras mães e senti o quanto é importante essa convivência. Foi muito maravilhoso ouvir o ponto de vista de outras mães sobre tudo o que podemos fazer por nossos filhos. Que venham mais encontros!”, se emocionou. 

Livro da Turma da Mônica

No último dia 25 de outubro, Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo, a Turma da Mônica lançou um novo personagem: Bernardo, que tem nanismo. O livro “Nosso amigo com nanismo”, da editora Culturama foi inspirado em Bernardo, um menino de 8 anos que tem acondroplasia, o tipo mais comum da displasia e mora em Caxias do Sul (RS). O lançamento inicial do livro aconteceu em São Paulo (SP) e contou com a presença do próprio Maurício de Sousa. 

Durante o evento, todas as crianças que tem nanismo e participarem do encontro receberão um exemplar do livro. A obra conta a história de Bernardo no seu primeiro dia de aula na Escola Limoeiro, onde estudam Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão e outros personagens da turminha. Assim que chegam à sala de aula e encontram Bernardo, todos começam a questionar sua baixa estatura. A partir daí, ele conta sua história, fala sobre as dificuldades das pessoas com nanismo e mostra que somente o conhecimento e a informação podem tornar a nossa sociedade mais inclusiva. 

“É como se o personagem fosse o filho de cada um retratado na Turma da Mônica. É muito bacana a gente ver essas iniciativas, especialmente com relação às crianças. E digo isso porque temos feito um esforço muito grande para construir uma nova geração com uma nova mentalidade, para um novo momento do nanismo no Brasil. Tudo isso que é muito lúdico, contribui muito com o que temos feito de trabalho no movimento Somos Todos Gigantes e acaba reforçando tudo aquilo que a gente diz para as famílias quando precisamos fazer o acolhimento de uma família que chega neste novo universo. A gente deixa de aparecer como personagem da piada e passamos a aparecer como personagem comum, que interage com as outras crianças, apenas como alguém da idade delas”, completa a presidente do INN, Juliana Yamin. 

Catherine Moraes

Jornalista por formação e apaixonada pelo poder da escrita. Do tipo que acredita que a informação pode mudar o mundo, pra melhor!
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