Doutor em psicologia pela PUC-GO, faculdade onde leciona atualmente, também é autor do livro “História da Gestalt – Terapia – Um estudo historiográfico” e coordenador do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Gerontologia da ITGT-GO, onde também compõe o corpo docente. Danilo Suassuna é membro do Conselho Editorial da Revista Abordagem Gestáltica e consultor Ad-hoc da revista Psicologia em Revista da PUC-Minas; mas começou sua palestra compartilhando a parte mais importante do seu currículo: é pai de Davi e Bento; e esposo de Karla Cerávolo, psicóloga que recebeu os convidados na abertura do 3º Congresso de Nanismo, em Goiânia.
Danilo iniciou no púlpito falando sobre sua família para pontuar: só aprendemos a ser pais, sendo. No entanto, sua experiência em psicologia, principalmente em gestão de crises, trouxe uma série de insights imperdíveis quando o assunto é educação de filhos. Independente da idade.
Acompanhe agora um resumo prático da palestra deste escritor que, em breve, vai lançar um livro com o mesmo tema.
Palestra Danilo Suassuna (10/11)
O psicólogo, especialista em Gestalterapia convidou a plateia a participar de seu painel constantemente instigando reflexões por meio de questionamentos que levaram todos os pais para um lugar comum. Ninguém sabe exatamente qual o melhor caminho para educar filhos mas todos queremos poupar nossos filhos dos problemas e dificuldades da vida.
Foto: Matheus Alves/ Fasam
Exatamente neste ponto, Danilo convidou os presentes a pensar sobre o fato de cada dificuldade nos formar como somos, nos capacitar para a vida. “Quando tentam solucionar seu problema, como você se sente? – Incapaz”, pontua o psicólogo.
Bons frustradores
“Não deixamos a criança passar por problema. Queremos resolver o problema do nosso filho. Ninguém quer que as crianças passem o que passamos mas foi o que passamos que nos fez chegar até aqui. A gente é louco por ajudar, mas estamos fragilizando, protegendo da realidade, e mentimos para elas… que tudo vai dar certo, que tudo vai ser bom. Tudo vai dar sempre certo? Não! As coisas vão dar errado. O mais importante é explicar para essas crianças o que a gente vai fazer quando der errado”, alerta o especialista.
Frequentemente pais caem na tentação de mentir para facilitar as respostas. Porque a verdade nem sempre é fácil, ou bem acolhida. Mas nem sempre o que nos assusta na verdade é o outro. “O que é mais difícil? Aceitar as diferenças ou o que a gente sente”?, questiona e cita as escrituras sagradas: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”.
Segundo Danilo, muita vezes não jogamos limpo nas relações porque isso exigiria a verdade e temos medo de que nossas limitações reais não sejam aceitas pelo outro. Na mesma medida em que temos receio porque não queremos aceitar o que é diferente do que pensamos. Medo muitas vezes projetado em nossos filhos.
Foto: Matheus Alves/ Fasam
“Precisamos ser verdadeiros e deixar o filho entender as consequências das próprias escolhas”, foi o conselho dado pelo psicólogo. “Se nascemos para ser diferentes e fazer uma relação de complementariedade porque tenho medo de falar minha verdade para o outro? Porque passamos o tempo todo tentando superar a expectativa do outro? Tento cuidar do outro como gostaria de ser cuidado… com as crianças isso se chama superproteção. Se eu superprotejo, estou sabotando a vida dele. Se não consigo dizer a verdade para ele, estou sabotando sua existência”, analisa Danilo.
Segundo o psicólogo, viver sem verdade incentiva uma existência inautêntica, conforme conceitua a psicologia. “Vivo uma vida onde não sou eu. As pessoas estão nervosas coletivamente hoje em dia porque elas deixaram de viver suas próprias vidas. O que esperamos para nossa vida? Esquecemos… Deixamos de lado”, critica o doutor sobre a sociedade moderna, mais de aparências do que de essências.
Como conversar com os filhos
Foto: Matheus Alves/Fasam
De acordo com Danilo, uma técnica legal é agachar na hora de falar com seu filho. “Não preciso que meu filho tenha medo, preciso que ele entenda que há uma relação de respeito”.
Outro toque importante do terapêuta foi sobre ser prático(a). “Não somos diretos no que falamos. Dica essencial: FALE MENOS, seja direto, chegue ao ponto e abra seu coração”, aconselha.
Foto: Matheus Alves/Fasam
Danilo sugere que não somos diretos porque não estamos preparados para acolher, também de forma direta, os questionamentos dos filhos. “Não é simples falar. Quando não tenho liberdade para dizer para o outro o mais importante é tentar entender que bloqueio é esse no meio da nossa relação que me impede de dizer o que eu realmente penso, sinto ou me incomoda”, explica.
Entre pais e filhos, ele explica que o ideal é uma entrega inteira que gere confiança para que a família seja a referência para o filhos nos momentos de dúvida. “Sempre que conversamos com uma criança precisamos deixar claro os limites. Estabeleçam vocês os limites da sua casa. Se a criança tem isso nítido e claro, não tem que buscar referência em outro lugar”, fala sobre os perigos dos filhos buscarem respostas em outras famílias, onde não sejam compartilhados os mesmos valores da sua casa.
“Se a minha família é minha referência e ali eu sou amado não importa as opiniões de fora. Nunca vou me desviar para me pautar na vida do outro para sobreviver que é o que mais temos nas redes sociais, por exemplo”, faz a reflexão.
Assista agora à palestra completa de Dr. Danilo e não deixe de compartilhar nas redes sociais. Sua participação é muito importante para divulgar nosso conteúdo e ampliar o alcance de tudo o que aconteceu no 3º Congresso de Nanismo este ano.
https://www.youtube.com/watch?v=hbNLkWwEw9E
Respostas de 6
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