Moda Inclusiva

Grupo de formandas em design de moda cria coleção voltada para Acondroplásicos e ganha notoriedade de um dos maiores sites independentes do Brasil

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Basta sair um pouquinho do padrão físico de beleza que você passa a não caber mais nas “numerações”. Parece fazer sentido, já que cada ser humano é único e exclusivo, longe de ser um número. Uns são mais altos, outros mais baixos. Alguns mais gordinhos e outros têm lordose. A padronização é uma estratégia necessária à sociedade industrial pautada pela produção em larga escala e submissão do indivíduo em favor da massa. O grande erro desta tática é excluir as minorias, que existem em iguais direitos e necessidades.

 

Foi pensando nisso que as estudantes de design de moda da Universidade Anhembi Morumbi de São Paulo, escolheram o tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Robleda Vaz, 23, Amanda Matos, 22, e Ana Carolina Pires, 21, sempre se dedicaram a trabalhos desafiadores, tentando resolver problemas ligados à inclusão de grupos excluídos do universo da criação estilística. Por isso o tema da temida monografia foi Moda para Acondroplásicos.

 

Foto de Arquivo

Grupo

Amanda, Robleda e Ana Carolina e os modelos criados para as pequenas, voltados para o lazer noturno de quem tem nanismo

 

As estudantes realizaram testes antropométricos, tirando medidas para conhecer a estrutura corporal do público, que geralmente tem uma altura que varia de 1,20m a 1,40m, tórax e abdômen reduzidos e membros mais curtos, entre outras características.

 

Dez mulheres passaram pela medição e as estudantes criaram uma tabela de tamanho que equivale à utilizada pelas pessoas de média estatura, com numerações como 36, 38, mas para o público acondroplásico.

 

Antes de chegar a essa escolha, a formanda conta que o grupo já havia desenvolvido projetos em moda Plus Size, para homens de membros inferiores amputados e 60+. O trio sempre demonstrou afinidade em período acadêmico e pôde compartilhar ideias e escolhas na hora dos trabalhos e exercícios, sempre pautadas pela representatividade da inclusão.

 

“A moda é encarada como algo muito superficial, efêmero. Aí o design vem para trabalhar as outras vertentes da moda e com toda essa base que tivemos na própria faculdade sempre fizemos projetos com objetivo de inclusão”, comenta Robleda em entrevista exclusiva à equipe do Somos Todos Gigantes.

 

Elas explicam no vídeo de apresentação de VERTENTES por que o TCC recebeu este nome, com o trabalho do design fazendo o papel das intersecções entre a malha ferroviária de São Paulo, ligando as pessoas da margem para o centro do movimento, incluindo toda a cidade em um sistema único de fluição, dando acesso a tudo e a todos.

 

 

“Fomos surpreendidas porque não imaginávamos que ficaríamos tão envolvidas com o assunto. Porque a gente sabe que a moda exclui muitos grupos de pessoas. Quando começamos a ter contato com as pessoas, fazer as entrevistas, nós vimos o quanto não sabíamos sobre o dia a dia dessas pessoas”, conta Robleda, que conseguiu encontrar sua modelo Isabele Guedes, 16, participando de encontro de grupos de pessoas com nanismo e enviando formulários para grupos de Acondroplásicos no Facebook.

 

Foto: TR Studio Foto e Vídeo

Modelo

Modelo Isabele Guedes de 16 anos quer se formar em moda e fotografia para dar continuidade ao legado da moda para os pequenos

 

Ela contou que a participação de voluntárias foi acanhada e, ao final, apenas Isabele conseguiu se adequar à rotina de provas de roupas e fotografias exigida pelo projeto. “A experiência foi muito boa, pois todas nós sabemos que a indústria da moda nunca pensou em incluir as pessoas com nanismo, porque quase sempre nos veem como “mini pessoas”. Achei essa oportunidade incrível para mostrar o quanto somos pessoas inteiras que estudamos, trabalhamos e fazemos parte da sociedade, mesmo sendo quase sempre negligenciados por ela”, explica Isabele entusiasmada com o projeto.

 

Segundo contam as idealizadoras, a modelo esteve presente em boa parte dos processos do trabalho, contribuindo em tudo para seu sucesso. Ela explica seu interesse: “No momento estou no 2º ano do ensino médio e pretendo fazer moda e fotografia. Quero me formar em moda exatamente para confeccionar roupas para pessoas com nanismo”, adianta a jovem. Com todo apoio da mãe, Michele Faustina da Silva, que também promete fazer faculdade de moda junto com a filha, Isabele conseguiu impulsionar o projeto para um dos sites mais notórios da mídia independente no Brasil.

 

O Hypeness – Inovação e Criatividade  para todos – comprou a ideia, assim como o portal Onnda, que deu a notícia em primeira mão. Apesar disso, ainda não houveram ofertas de investimentos. Se você viu a história de sucesso e empreendedorismo desse trio e está disposto a ganhar dinheiro investindo em um nicho de mercado que existe há muito tempo e está sedento por ser satisfeito, por favor, envie um email para nossa equipe. Ficaremos felizes em viabilizar o seu contato com as designers responsáveis por VERTENTES.

 

Segundo Ana Carolina, trabalhar com  inclusão social no âmbito da moda foi um desafio gratificante. “A experiência de obter contato direto com mulheres acondroplásicas, entender suas dificuldades diárias e principalmente no que diz respeito à inacessibilidade das lojas e a falta de variedade de produtos de moda, fez com que o grupo conseguisse entender o tamanho da responsabilidade diante dessa problemática para criar uma coleção que unisse praticidade, conforto e estética”, comenta a formanda, também com exclusividade, para o SomosTodosGigantes.

 

Amanda completa: “Foi muito especial para mim, pois começou com uma simples ideia, que resultou não só em um projeto de faculdade, mas também em um começo de alerta para a sociedade, para focar também nas minorias, porque elas também precisam de atenção e respeito”.

 

Veja do que elas são capazes logo abaixo no ensaio fotográfico assinado pelo TR Studio Foto e Vídeo.

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Com informações de Hypeness

Rafaela Toledo

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