Todos se encantaram com as palestras dos psicólogos trazidos pela primeira vez nesta terceira edição do Congresso Nacional de Nanismo. Novata no evento, Karla Cerávolo emocionou muito com sua palestra “Famílias Especiais”, seguida pela música criada carinhosamente para nossas crianças e ensinada por ela na noite de abertura.
Primeira convidada a subir no palco do Congresso, Karla é especialista em Psicologia e Maternidade; palestrante da Unimed Goiânia, diretora da Sociedade de Psicologia Perinatal e Parental do Centro Oeste e diretora da organização De Umbiguinho à Umbigão, na qual é oferecido acompanhamento terapêutico em fase pré-natal, gravidez ou pós-parto.
Leia agora um resumo do que foi a palestra de Karla e em seguida assista ao vídeo completo em nosso canal do youtube. Não deixe de compartilhar, deixar sua opinião e ensinar a música para seus filhos. Veja que lindo hino continua repercutindo em nossa rede de empatia:
Palestra Karla Cerávolo (09/11)
Foto de Divulgação
Para falar de famílias especiais, Karla começa dizendo que para os pais, todo filho é especial. Por isso, antes mesmo de assumirmos papel de pais, precisamos nos transformar e nos atualizar como pessoas, até para tornar nosso relacionamento bem sucedido.
“Precisamos assumir as diferenças. Pai e mãe são amostras de humanidade. Somos as primeiras referências de nossos filhos”, pontua. A psicóloga aponta para a diferença entre o filho ideal, aquele imaginado por nós, e do real, ou seja, a criança enviada por Deus para nossas vidas, com suas qualidades e limitações.
Quando se recebe um diagnóstico como o Nanismo, muitas famílias tendem a esconder por temer o julgamento dos outros e os olhares maldosos. Mas a psicóloga ensina sobre a importância de mostrar à sociedade e aos nossos filhos sobre as diferenças. Principalmente sobre como cada família é diferente da outra e cada criança especial para sua família.
“Precisamos preparar nossos filhos para o mundo porque criança vê tudo de igual para igual, somos nós que colocamos olhares preconceituosos”, observa.
Karla sugere uma reflexão sobre este filho real ser tratado com amor e respeito. “Como estou cuidando do meu filho? Me dedicando? Eu ajudo ele(a) a entender que tem um lugar no mundo e que precisa ser respeitado”?, ela questiona enfatizando que este ensinamento deve estar presente diariamente na vida da criança.
Ainda dentro do mesmo ciclo de questionamentos, ela pergunta: “Como vocês têm olhado para seus filhos? Com amor? Medo? Preconceito? Culpa”?, levantando a polêmica sobre a autoestima dos filhos refletir a forma como os pais ensinam eles a se verem, se reconhecerem no mundo.
Comunicação
Foto de Divulgação
“Qual comunicação vocês estabelecem com seus filhos”?, mais uma vez ela leva a plateia a se questionar. Karla explica que nossas verdades interiores nem sempre são acessíveis, muitas outras não são tão fáceis de contar. Seu conselho é: “Não tentem ser invencíveis”.
Ela explica que quando a gente ensina sobre nossa própria fragilidade, estamos preparando os filhos para a nossa realidade e para vida. Também ensina a sermos honestos sobre as limitações da condição e prepara-los para lidar com naturalidade com suas peculiaridades.
Karla também aponta para a importância de deixar os filhos vivenciarem os próprios erros. “Cuidado para não poupar! É muito importante que filhos tenham limites, rotina e regras. O mundo tem isso em qualquer lugar e quem passar a infância sendo poupado pode ter muitos problemas porque o mundo não vai perdoar”, aconselha.
Para a psicóloga, limite é respeito e para ser preparada para estar no mundo de igual para igual, qualquer criança precisa aprender que nem os pais são invencíveis nem ela.
Hierarquia
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Seguindo em estilo maiêutico, a psicóloga continua questionando a plateia. “Vocês cuidam de seus filhos e quem cuida de vocês”? Com esta pergunta, Karla abre o diálogo sobre a importância da saúde das pessoas envolvidas e da relação para o bem estar da família como um todo.
Por isso, ela explica sobre a importância de se ter aconselhamento psicológico e tempo para si mesmo(a). “Filho não pode ficar no meio do casal”, afirma brincando com os participantes sobre há quanto tempo eles não se permitiam fazer programas de casal como ir ao cinema, por exemplo.
Hierarquicamente, segundo a especialista, numa relação pessoal de prioridades, primeiro deve vir o Eu, seguido pelo casamento e, em terceiro lugar, as crianças.
“Assumam seus lugares, ensinem seus filhos a fazer o mesmo e cuidem de vocês. Tudo na vida é aprendido, até o amor”, aconselha convidando todos os participantes para conhecer e cantar junto o hino que ela criou especialmente para nos mostrar o quanto cada um de nós é imprescindível para nossa família e para o mundo.
Assista agora à palestra completa de Karla no 3º Congresso de Nanismo: