Eles se reuniram no último sábado, 22, no Sesc Itaquera, entre às 10 e as 16h para mostrar que amor, amizade e informação são as armas mais poderosas no combate ao preconceito
Depois de descobrir que seria mãe de uma criança com nanismo, há 5 anos, Fabiana Rosana da Silva, também conheceu a insegurança sobre o tema da sua maternidade e logo identificou outras mães na mesma situação. Se uniu a alguns pequenos adultos, outras mães cheias de dúvidas e começou a promover encontros onde o grande objetivo era a troca de experiências entre familiares e pessoas de baixa estatura. Deu certo.
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David, 5, e a mãe, Fabi, precursores dos encontros de gigantes em São Paulo
Este final de semana, mais uma vez, os gigantes se reuniram na capital paulista para trocarem impressões, se ajudarem e combaterem qualquer falta de compreensão e amor que possa emperrar a evolução e o crescimento democrático da consciência e da inclusão social.
Ela e Elisângela Paulino Alves Ribeiro, 40, gerente Comercial e mãe de um menino de 8 anos que tem displasia espondilo epifisário, um tipo raro de nanismo, coordenaram esta edição do encontro que reuniu cerca de 45 participantes, contando 8 crianças com baixa estatura, adultos e familiares.
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Elis, uma das organizadoras do encontro, junto com seus filhos Henrique, 8, e Isadora, 2
“É o meu quarto encontro porém que eu estou a frente ajudando a realizar e organizar é o primeiro”, explica Elisângela, bastante atuante nos grupos de whatsapp só de nanismo e popularmente conhecida entre os gigantes como Elis. Ela esclarece que o grande objetivo é reunir as crianças para que se conheçam, façam amizades e vejam que não são os únicos. “No encontro, eles vêm pequenos de várias idades. Isso é muito bom para nossas crianças. Essa integração”, conclui.
De acordo com Fabi, como é conhecida a estudante mãe do pequeno David, a ideia inicialmente surgiu entre ela e dois amigos com Nanismo. “Percebemos a importância das crianças conviverem com pessoas com a condição, sendo com exemplos para elas”, esclarece a organizadora.
Este ano, o evento aconteceu no Sesc Itaquera, em São Paulo, com todo o apoio da direção do parque, que já oferece espaços recreativos de leitura e jogos como xadrez e dama mas as crianças se divertiram mesmo foi jogando futebol e interagindo em grupo, de acordo com os relatos das coordenadoras do evento.
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Os encontros reúne pessoas de todo o Brasil e geralmente acontecem na capital paulistana, mas já ocorreram também no interior do estado de São Paulo, de acordo com Fabi
Nem todos os encontros contam com atividades recreativas mas o mais importante demonstrou ser o contato entre os gigantes, a conversa, o olhar alinhado, o reconhecimento.
Foi assim que Marco Antonio Alfredo, 48, um dos braços fortes da campanha #somosTODOSgigantes, explicou ser para ele e toda a sua família.
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Família de Marcão representando a campanha Somos Todos Gigantes no encontro como faz por onde passa
Ele, sua esposa Kelly de Jesus Viana, 31, seu filho Caio Viana Alfredo, 5, participam e se sentem beneficiados pelo convívio com outras famílias que passam pela mesma condição. Sua mulher tem estatura média, mas Marcão, como é bastante conhecido pela atuação na campanha contra o preconceito, e o filho, têm acondroplasia.
Com 1,20, ele conheceu a esposa na internet e brinca: “Deu certo”. Casado há 9 anos, sempre participa dos encontros, tirando as dúvidas do filho, enfrentando preconceitos em relação às pessoas com Nanismo ou até outras deficiências. “Com certeza é muito bom participar. Muita Pessoas entraram no meu Facebook perguntando quando vai ser o próximo encontro. É muito gratificante. Eu estou amando. A minha família está adorando e está sendo ótimo para o nosso filho. Está dando resultado”, reitera.
FOCO
Segundo as organizadoras do evento o maior objetivo é a troca de experiências entre mães sobre filhos, relatos sobre cuidados em saúde e o relacionamento entre eles desde a infância porque essa amizade será muito importante na adolescência, fase em que eles poderão dividir dúvidas, compartilhar entretenimento e diversão.
“Muitos dos pequenos adultos não tiveram esta oportunidade e falam que esse apoio que nós mães estamos dando às crianças será de muita importância”, pondera Elis.
Fabi acrescenta: “Muitas mães precisam de ajuda com acompanhamento médico, psicológico e etc. Quero poder ajudar mais…Tenho muitas idéias em mentes, uma delas é abrir uma associação para poder ajudar mais… Pois conheço vários família que necessitam de ajuda”.
O ELO
O relato é de que o sucesso dos encontros está na afinidade. São muitas novas amizades que se estendem pelos limites de vários estados brasileiros. As pessoas viajam em busca da alegria de se encontrar com os seus e desde os jovens até os adultos se identificam no conforto gigante da integração.
“Lembro primeiro encontro, a reação do meu filho Henrique foi maravilhosa, ele adorou ver outros pequenos e viu que não era o único. Isso foi fundamental para que eu levasse ele”, recorda Elis.
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Marcão e Kelly recebem a amiga Alessandra que veio do Paraná especialmente para o encontro em São Paulo
“Meu objetivo é só ajudar. Quando meu filho nasceu eu não sabia muito o que fazer. Fiquei meio perdida. Hoje vejo as coisas de outro jeito. Bem mais simples. E consigo compreender bem as mães”, completa Fabi, com o carinho da mãe que nasce junto com o filho querendo abraçar todos os filhos do mundo.
Ainda não há datas previstas para os próximos encontros mas aqueles que têm interesse de participar podem entrar em contato com o grupo pelo perfil Acondroplasia sem Preconceito do Facebook e pedir que seu número seja adicionado também aos grupos de whatsapp. Assim você pode acompanhar todas as novidades sobre esta turma que está sempre se ajudando e caminhando junta em prol de um mundo mais informado e menos preconceituoso, onde nossas crianças sejam tratadas de forma mais inclusiva, respeitosa e carinhosa. Exatamente como merecem e precisam!
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Uma resposta
Lindos demais