Mesmo com normas para orientação como a ABNT 9050 sobre acessibilidade em edificações, muitos lugares ainda apresentam erros que acabam atrapalhando ou até impedindo o seu uso.
No vídeo, a equipe do site Turismo Adaptado, aponta três erros muito comuns de se encontrar em banheiros públicos.
Erro 1
O primeiro é o vaso sanitário com abertura frontal (aquele da foto acima). Essa peça passou a ser copiada por muitas pessoas mas sem um critério.
Digo isso porque praticamente nenhuma pessoa com deficiência aprova esse modelo de vaso sanitário, pelo contrário, ele é desconfortável e perigoso.
A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) de São Paulo aprovou uma resolução que proibiu sua utilização em 2012 e depois essa proibição passou a contar na atualização da norma NBR 9050 em 2015, agora válida para todo o território nacional.
Erro 2
O segundo erro é a falta de espelho. “Eu mesmo já tive que sair do banheiro adaptado e ir para o banheiro comum só para dar uma olhada no espelho. Ou as pessoas pensam que deficiente não tem sua vaidade? Principalmente as mulheres, pois nesse caso é um banheiro acessível exclusivo para pessoas com deficiência e unissex. E lembrando, um espelho numa altura adequada ou com inclinação para que uma pessoa em cadeira de rodas ou baixa estatura consiga se enxergar”, afirma Ricardo Shimosakai, proprietário do site Turismo Adaptado, Bacharel em Turismo, docente do MBA de Gestão em Hotelaria de Luxo, MBA de Gestão de Eventos e Cerimoniais de Luxo e Pós-Graduação de Arquitetura Hoteleira.
Ricardo escreve para diversos meios de comunicação e ministra palestras por todo o mundo contando sua história de superação pessoal e empreendedorismo. Em 2001, depois de retornar de uma viagem ao Japão à trabalho, levou um tiro, vítima de um sequestro relâmpago, resultando numa lesão medular que lhe tirou os movimentos das pernas. Tinha costume de passear e viajar mesmo antes deste ocorrido, e queria retomar esta prática que já tinham lhe dado momentos de muito prazer. Passou então a procurar por locais que possuíam condições de acessibilidade e até mesmo procurar meios de vencer barreiras quando o acesso era difícil. A partir daí, começava a surgir a Turismo Adaptado.
Erro 3
Finalmente, o terceiro erro é a falta de tranca. É imprescindível fechar a porta e ter privacidade quando utilizamos o banheiro. No vídeo, até havia tranca mas ela estava quebrada, e a falta de manutenção até poderia ter ganhado um tópico de erro à parte: muitos locais dão pouca importância à conservação de trincos e trancas.
Mesmo assim, a crítica é para chamar a atenção: MUITOS lugares sequer possuem uma fechadura.
“Já fui surpreendido várias vezes no meio do meu procedimento para esvaziar a bexiga, porque não conseguia trancar a porta, mas ao mesmo tempo não podia deixar de fazer o procedimento”, conta Ricardo.
Neste ponto, cabe ainda um outro erro potencial, inerente à falta educação e civilidade das pessoas. De acordo com o proprietário do site, praticamente todas as “invasões” eram realizadas por pessoas que não possuíam deficiência e queriam utilizar o banheiro exclusivo.
Autoridade em Acessibilidade
Muitas empresas contratam “profissionais” que dizem ter autoridade em acessibilidade, mas depois descobrem, após o serviço finalizado, erros cometidos na construção de ambientes adequados para pessoas com mobilidade reduzida.
É importante verificar se a pessoa contratada realmente tem autoridade no assunto. Um diploma de arquitetura ou engenharia, por exemplo, infelizmente ainda não é critério suficiente para garantir a realização de uma obra realmente acessível dentro dos critérios estabelecidos pelas normas da ABNT.
Mas atualmente, a internet pode ajudar muito no momento de escolher quem é capacitado a trabalhar com projetos acessíveis. Encontramos o canal Inside Lara Thys criado em 2016 pela arquiteta e urbanista Lara Thys que se formou em 2011 em Juiz de Fora e se especializou em projetos de interiores.
Lá, tivemos acesso à um vídeo onde ela explica passos imprescindíveis na idealização de um projeto de banheiro acessível para cadeirantes e pessoas com movimentos limitados. Assista agora:
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Dando sequência para esta discussão, lançamos um desafio para a belíssima Paula Lima, bacharel em direito, palestrante e idealizadora do canal Babados da Pequena, que reúne quase 150 inscritos e mais de 4 mil seguidores no Instagram.
Paula se propôs a fazer um compêndio de situações nas quais se sentiu incluída ou não pelos padrões de acessibilidade das construções urbanas, em ambientes públicos e privados, mas de circulação pública. Continue acompanhando nossas publicações. não deixe de assinar nossa newsletter (ASSINE AGORA) para receber tudinho direto em sua caixa de email e, claro, não se esqueça de se inscrever no canal e seguir @babadosdapequena no Insta.
com informações de Turismo Adaptado e site da arquiteta Lara Thys.