Ceia Consciente

Como não exagerar no final de ano quando o que encontramos sobre a mesa é leitoa à pururuca, tender, peru, pernil e aquelas farofas cheias de frutas maravilhosamente desidratadas que a gente só come em uma ocasião: ceias de final de ano?! Sem falar na sobremesa. Escolhemos só as prediletas para compartilhar nas datas importantes. Quase impossível resistir.

Mas comer bem não quer dizer se privar de tudo. Na verdade tem muito mais a ver com selecionar uma alimentação balanceada, não exagerar em nada e manter uma rotina saudável, dormindo bem e se alimentando em horários regulares.

Sim! Até o sono interfere na forma como nosso organismo absorve o alimento. Descobrimos isso e uma série de dicas valiosas no 2º Congresso de Nanismo que aconteceu no último mês de outubro, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a nutricionista clínica funcional, especializada em fitoterapia, ortomolecular e esportiva, Mirella Rosa, 37, falou sobre a importância da alimentação para a saúde e a necessidade de acompanhamento com nutricionista desde sempre, em casos de nanismo.

Resolvemos compartilhar com nossos leitores as dicas valiosas da nutricionista, a tempo de escolhermos uma ceia consciente e equilibrada. Acompanhe agora a entrevista exclusiva com a carioca que também é especialista em qualidade de vida empresarial. Não se esqueça de compartilhar. Vamos estimular a qualidade de vida dos nossos amigos e família também!

Foto de Divulgação
Foto de Divulgação
Mirella apresentou um dos painéis do 2º Congresso de Nanismo.

STG – No Congresso de Nanismo, você falou sobre alimentação ideal para todos, não apenas para quem tem Nanismo. Existe uma dieta ideal ou ingrediente essencial para quem convive com alguma displasia óssea? (Ou para quem tenha o tipo hormonal)?

Mirella – Sabemos da alta prevalência de obesidade em pacientes com nanismo. Assim, o ideal é o acompanhamento com nutricionista desde Criança para evitar a obesidade.

STG – Qual a importância do sono para a qualidade da digestão?

Mirella – A qualidade do  sono é extremamente importante para a manutenção do peso. Uma noite mal dormida ou com poucas horas de sono, pode causar a diminuição da liberação do hormônio leptina, da insulina e o aumento na produção do cortisol. A leptina controla a saciedade, sem ela o corpo pede mais carboidratos. Com menos insulina o aproveitamento da glicose fica prejudicado. O aumento do cortisol propicia maior estresse e alteração do humor. Resumindo, durma no mínimo oito horas diárias com o objetivo de estimular seu metabolismo, conservar a energia, manter seu humor e comer menos.

STG – Porque os açúcares se tornaram vilões na nossa alimentação? Adoçante pode? Qual a melhor forma de adoçar os alimentos?

Mirella – O consumo excessivo do açúcar refinado e suas consequentes alterações nos níveis de glicose e insulina podem contribuir para o surgimento de doenças e alterações do organismo, como: diabetes; resistência à insulina e esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado).

Esse consumo excessivo atrapalha também a absorção dos nutrientes, aumenta o crescimento de bactérias ruins no intestino; aumenta acidificação do sangue, promovendo o envelhecimento precoce das células; e eleva o hormônio Cortisol (hormônio do estresse), promovendo o acúmulo de gordura corporal.

Os adoçantes, são substâncias que conferem o sabor adocicado aos alimentos. Estão disponíveis tanto os adoçantes naturais quanto os artificiais. No primeiro grupo, por exemplo, temos o sorbitol, stévia, agave e a frutose. Já no segundo grupo, o aspartame, ciclamato, sacarina e sucralose. Um dos pontos controversos no uso continuado dos adoçantes é o ganho de peso, pois o adoçante atua no sistema nervoso causando a sensação de insaciedade, ou seja, acabamos por consumir mais alimentos. Neste caso, devemos incentivar o menor uso possível de adoçantes e preferir os naturais.

STG – Para criança é pior? O açúcar atrapalha o sono?

O consumo excessivo de doces por crianças pode causar hiperatividade, dificuldade de concentração, irritabilidade, diabetes, além de obesidade, que traz consigo uma série de outras doenças.

STG – E o Glúten? Estimula muito a obesidade? Existe mesmo a questão dele predispor nossas células para processos inflamatórios? Não pode nadinha?

Mirella – A base da alimentação dos nossos ancestrais, antes do surgimento da agricultura era: 75% de gordura, 20 % de proteína e 5% de carboidratos. Hoje, 20% de gordura, 20% de proteínas e 60% carboidratos. Nossas doenças crônicas contemporâneas, pela lente de um denominador comum é o processo inflamatório.

O pão e outros alimentos, preparados com o trigo, sustentam os seres humanos a séculos. A partir da década de cinquenta, do século passado, começaram os experimentos em laboratório, ou seja, esse trigo de hoje, já não é nem sombra do original.

Desta forma, nosso organismo tem dificuldade de digerir a proteína do trigo que, em excesso, pode ocasionar sintomas como inchaço, enxaqueca, sobrepeso, fadiga, e em alguns, casos favorecer o surgimento de doenças autoimunes.

STG – Nas festas de final de ano, a maioria exagera. Quais as suas dicas para uma ceia gostosa e saudável?!

Mirella – Com a chegada do final do ano, as festas são cada vez mais constantes e para não perder o foco seja na alimentação saudável ou perda de peso, seguem algumas dicas:

  • Aumente a ingestão de água. Os chás também podem ajudar bastante, porque muitos conferem poderes antioxidantes, diuréticos, aceleram o metabolismo e ajudam hidratar.
  • Capriche nas saladas! Elas são de fácil digestão e auxiliam o organismo a detoxificar.
  • Coma, no mínimo, três frutas ao dia. São excelentes antioxidantes e fontes de vitaminas.
  • Evite bebida alcoólica em excesso. Elas vão sobrecarregar seu fígado e deixar seu metabolismo lento.
  • No dia do Reveillon aproveite para brindar a vida e comer o que gosta, mas lembre-se de voltar à sua rotina  de  alimentação saudável e atividade física no dia seguinte. 😉

Rafaela Toledo

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