A TIM reformou uma das principais lojas de Teresina, Piauí, e adaptou o espaço para pessoas com nanismo. As modificações vão além das regras já estabelecidas para Pessoas com Deficiência (PCDs) e servirão de referência para todo o país. As mudanças serão feitas de forma gradual e contemplarão as pessoas com nanismo. Em Teresina, Laura Maria Marques, de 60 anos, e integrante do Nanismo Brasil foi fundamental para as adaptações.
Laura tem 96 cm de altura, mora em Teresina e brinca que é conhecida na cidade toda. “Esta é a principal loja da TIM, eu sou cliente de lá, e muitas vezes frequento a loja quando não recebo meu boleto em casa. Chegando lá, eu sentia dificuldades. As cadeiras eram altas, não conseguia acessar a loja por completo. A moça que sempre faz o meu atendimento comunicou a direção e houve uma reunião. Ela me disse que meu nome foi um dos mais falados lá e no momento da reforma do local, as adaptações que me auxiliam foram feitas”, completa.
A loja está localizada na Avenida Frei Serafim, 2420, no Centro de Teresina. O Diretor de Vendas da TIM Nordeste, Bruno Talento, destaca que a companhia está atenta aos pedidos dos clientes de Teresina, por isso fez o investimento robusto na reformulação da loja. “Temos um espaço amplo, central e bastante movimentado por ser um ponto de referência no contato dos clientes com a companhia. Nosso objetivo é oferecer um ambiente onde todos e todas se sintam confortáveis e verdadeiramente atendidos de acordo com suas necessidades. Onde as pessoas possam resolver as suas demandas, ter contato com os produtos, novos aparelhos e tecnologias e conhecer os benefícios que a TIM oferece por meio de parcerias inovadoras”, explicou Bruno.
Dificuldade de acesso é geral
Além de cliente da TIM, Laura conta que é vendedora e que o pessoal da loja também se transformou em clientela, em amigos. Frequentar a loja, então, passou a ser rotina. Aos 60 anos e sem sequer saber qual o seu tipo de nanismo, nunca passou por um mapeamento genético e conta que, infelizmente, as dificuldades de acesso na cidade estão por todos os espaços públicos e privados.
“Entre as minhas maiores dificuldades estão os ônibus e o os caixas eletrônicos. É horrível para mim subir aqueles degraus. O caixa eletrônico é um dos mais gritantes. Eu nunca usei um caixa eletrônico porque não tenho acesso, não alcanço. A minha casa é toda adaptada, mas onde eu vou, eu sinto as maiores dificuldades. O banheiro, principalmente. Eu passo o dia todo na rua e uma hora sinto vontade, mas sequer alcanço a maçaneta”, acrescenta.
Acessibilidade na loja
No quesito estrutural da loja, a TIM elaborou um projeto cuidadoso e inclusivo, transformando o ponto de venda em um dos mais acessíveis do Brasil, com apoio técnico da consultoria em acessibilidade Biomob. A loja conta com vagas reservadas de estacionamento (inclusive para pessoas com transtorno do espectro autista), espaço para circulação de cadeirantes, piso tátil e atendimento em libras, mesas e cadeiras adaptadas para pessoas com nanismo e obesas, mobiliários com altura adequada para cadeirantes, placas de sinalização em braille e banheiro com acessibilidade.
Ainda pensando em inclusão, a Biomob desenvolveu, para pessoas cegas, uma plataforma capaz de disponibilizar, via QR Code e tag NFC, a leitura e audiodescrição do mapa tátil da loja, e de aparelhos e acessórios expostos na mesa de degustação e no espaço casa conectada. Também está disponível no local um exemplar do Código de Defesa do Consumidor em braile.
Modelo para o país
A TIM informou que as mudanças serão realizadas de forma gradual e os projetos contemplarão pessoas com nanismo em todo o país. O Instituto Nacional de Nanismo também disponibilizou uma arquiteta com nanismo para auxiliar na consultoria dos projetos.