1° Estadual de Parabadminton de SP começa neste sábado com participação de cinco atletas com nanismo

Começa, neste sábado (11), o 1º Estadual de Badminton e Parabadminton de São Paulo. Sendo considerado um marco para o esporte no país, a etapa de paradesporto do campeonato terá a participação de cinco atletas com nanismo: Cristiane Lourenço, Fabíola Dreher, Fernando Vigui, Márcio Dellafina e Vinícius Costa. A competição poderá ser acompanhada pelas redes sociais do Instituto Nacional de Nanismo (INN) e do movimento Nanismo Brasil.

O campeonato é organizado pela Federação de Badminton de São Paulo (Febasp). Entre todas as categorias, serão 280 atletas. Os jogos começam no sábado pela manhã e seguem até 18h do domingo (12). “A expectativa é muito grande. Estou focado, treinando, com atenção ao sono”, resume  Fernando Vigui, líder do movimento Nanismo Brasil, sobre a preparação para o que será o seu primeiro campeonato após ele ter conhecido o esporte que o deixou “apaixonado”, como revela o próprio. 

O professor Alê Santiago é um dos técnicos que acompanha a equipe integrada por Vigui. “Por ser o primeiro campeonato de alguns dos atletas, o nervosismo é natural. Por isso nosso papel é apoiar incondicional cada atleta independente do resultado. Mas, acredito em uma boa colocação e medalhas”, avalia o professor.

“Vai ser uma celebração. Independente do resultado, são pessoas com nanismo jogando, representando e unidas por um mesmo objetivo, que é trazer uma visibilidade positiva para pessoas com nanismo através do esporte”, destaca Vigui sobre a participação de outros quatro atletas com a deficiência. 

Conheça o badminton

A prática esportiva tem similaridades com a dinâmica do tênis, onde jogadores se posicionam em uma quadra dividida por uma rede. No lugar da bola o badminton usa uma peteca. O objetivo é não deixar o objeto cair do seu lado da quadra. 

Com a popularização, o esporte vem ganhando diversos adeptos nos últimos anos, entre eles muitas pessoas com nanismo. É o que conta Vigui. O líder do Nanismo Brasil diz que uma das razões do fenômeno é de que apesar de o badminton ser um esporte rápido, não há demanda por mobilidade extrema. 

“O espaço que você precisa ocupar não é grande e a diferenciação entre um jogador e outro não se destaca muito em questão de físico e força. Pode jogar homem contra mulher, cadeirante, pessoa com nanismo, pessoa mais velha contra mais nova”, explica Vigui.

E o parabadminton? 

O reconhecimento do parabadminton como categoria soma mais forças para que o esporte seja praticado por pessoas com nanismo. “A gente não tem muita opção de esportes para competir. No Brasil não tem muitos lugares que oferecem as medidas adequadas”, aponta Vigui ao destacar outra facilidade do badminton: “É possível montar em qualquer lugar”.

Só com o grupo do Nanismo Brasil em São Paulo, de oito a dez pessoas treinam todas as segundas e quintas. Caso você se interesse e queira ter uma experiência com o esporte, escreva uma mensagem para o INN

Visibilidade

O  professor Alê explica que, apesar dos avanços, o parabadminton, como outras modalidades para pessoas com deficiência, sofre com a carência de incentivo, seja do poder público ou do setor privado. 

“O parabadminton no âmbito nacional sempre teve muitos atletas porém sem muita expressão no cenário mundial”, diz ao afirmar que a questão começou a ser modificada após a participação do atleta Vitor Tavares na última edição dos jogos Paralímpicos: “Abre a possibilidade para novos atletas”.

Para Vigui, o badminton é uma das oportunidades para garantir melhora na saúde das pessoas com nanismo. “A gente quer campeonatos incríveis e enormes com várias pessoas inscritas”, diz sobre esperança para o futuro. Para concretizar o plano, o líder do Nanismo Brasil adianta que busca abrir um programa de iniciação esportiva. 

“Queremos abrir um programa para incentivar crianças e adolescentes. É um planejamento de curto a médio prazo para que eles já se identifiquem e socializem com o esporte, e quando for possível, competir num nível avançado”, acrescenta Vigui.

Luiz Phillipe Araújo

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