O esporte vence o bullying

Na série de reportagens conheça o caso de pessoas que não se limitaram pela dificuldade física e fizeram do esporte sua expressão de autoconfiança

Na série de reportagens conheça o caso de pessoas que não se limitaram pela dificuldade física e fizeram do esporte sua expressão de autoconfiança

Alimentação balanceada, um bom sono e exercícios físicos são a tríade essencial para a saúde humana segundo médicos, nutricionistas, personal trainers, professores de educação física, revistas. Enfim, não se pode discutir.

 

Há quem leve o estilo de vida fitness adiante e obedeça fielmente a dieta. Mas há quem leve realmente a sério os esportes, os exercícios, a competição ou autossuperação física.

De uma maneira ou de outra, os médicos afirmam que, quando nosso corpo se exercita, o cérebro libera grandes quantidades de endorfina, um neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar, diminuição do estresse e efeitos como sono tranquilo e mais qualidade de vida.

 

Além deste benefício, para aqueles que gostam de competição e superação, o esporte pode construir autoconfiança e capacidade de resiliência. Veja como muitos pequenos dentro e fora do Brasil brilham, superando tanto as maldades do bullying como as limitações físicas, bravamente, com o estímulo do esporte.

 

1) Maria Matos, esportes radicais, 1,17m

 

Foto de Divulgação

Atleta

A beleza é mais um dos charmes de Maria Matos que vive a vida intensamente

 

Ela é jovem, linda e gosta de adrenalina. O tamanho é inversamente proporcional à sua coragem. Maria Matos conta que se sente atraída por tudo o que é mais complicado.

 

“Tudo que é mais difícil eu gosto de colocar a cara e ir. Por mais que digam que não vai dar certo, eu vou lá e faço”, arremata a cearense em entrevista à Nordestv/Band.

 

Ela gosta de cavalgar – e nada de pôneis – andar de wakeboard, fazer trilha e outros esportes bem radicais. Maria, que também já abraçou a campanha Somos Todos Gigantes e exibe nosso emblema em imagens da matéria, acredita que a vida é feita para ser desfrutada e encontra no esporte uma forma de viver intensamente.

 

Assista a reportagem completa:

 

 

2) Joana Neves, Nadadora, 29 anos e 1,23m

 

Foto: G1

Nadadora

Joana Neves mostra as medalhas que ganhou nos últimos anos mesmo antes das medalhas dos Jogos de 2016

 

Diagnosticada com Acondroplasia, em 2015, ela ganhou cinco medalhas de ouro no Parapan Americano de Toronto e duas medalhas de ouro além de um bronze no mundial Paralímpico em Glasgow, na Escócia.

 

Em 2016, nos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro, levou duas medalhas de prata (uma no revezamento 4x50m e a outra nos 50m livre) e uma de bronze (nos 100m livre).

 

“Eu fiquei meio assustada de pegar a raia 4 porque é onde fica o melhor atleta da competição.  De tarde eu nadei e fiquei com o segundo melhor tempo e com a medalha de prata. Mas isso não me desanimou, porque a cada competição a gente tem crescido mais”, comentou a nadadora em entrevista à afiliada do SBT de Natal (RN).

 

A família não pôde acompanhar a competidora aos Jogos do Rio e nem isso intimidou sua performance. Ela já estava em busca do pódio e mesmo sabendo do bom nível dos outros concorrentes, também confiava em seus treinos e sabia que era uma das favoritas à medalha.

 

3) Maria Rizonaide da Silva, Halterofilista, 33 anos e 1,26m

 

Fotos: Daniel Zappe/MPIX/CPB

HalterofilistaEla comemora o ouro com vantagem em Toronto

 

A primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto em 2015 foi a de Maria Rizonaide da Silva, do halterofilismo. Ela conquistou o pódio após levantar 73kg e superar cinco adversárias, incluindo a favorita na ocasião, a mexicana Rosaura Rodriguez, que ergueu 65kg e terminou com a terceira colocação.

 

Estreante no torneio continental, Rizonaide perdeu o pai 20 dias antes da competição mas não desistiu e dedicou sua vitória à ele. “Essa medalha representa o Brasil, meu pai, meus amigos e todos os brasileiros que estão aqui”, disse emocionada em entrevista reproduzida no site do governo brasileiro.

 

Além deste prêmio, a gigante já havia despontado liderando provas em campeonatos como os Jogos Mundiais do Nanismo, em 2013, e também levou ouro no Regional das Américas de 2015 que aconteceu no México.

 

A atleta tem Acondroplasia e mede 1,26m, o que não a impediu de conquistar a liderança da prova com larga vantagem em relação às outras candidatas. A próxima marca a ser atingida pela halterofilista são os 80Kg e fibra não falta.

 

4) Luciano Bezerra Dantas, o Montanha, halterofilista, 37 anos e 1,32m

 

Fotos: Daniel Zappe/MPIX/CPB

Montanha,

Montanha não esconde a alegria ao receber a medalha

 

Outro medalhista brasileiro no halterofilismo é Luciano Bezerra Dantas, o Montanha, que levou o bronze nos Jogos Parapan Americanos de Toronto de 2015 depois de levantar 138kg na primeira rodada, sem muito avanço nas seguintes.

 

“Treinei o dobro para chegar onde cheguei. É uma honra, um orgulho e um peso muito grande representar a nossa nação”, comemorou Luciano, também estreante na competição em entrevista reproduzida pelo site do governo brasileiro.

 

Montanha, como Maria Rizonaide, já era premiado nos Jogos Mundiais de Nanismo de 2013, com uma marca até maior. Na sexta edição do evento que reuniu mais de 500 atletas vindos de 25 países em East Lansing no Michigan (EUA), o halterofilista carregou o maior peso da competição: 145 Kg.

 

5) John Young, triatleta, 40 anos e 1,32m

 

Fonte: ironman

Atleta

Atleta de Triatlon completando Iron Bike

 

John Young é canadense, professor de matemática e já foi destaque em matéria do Somos Todos Gigantes.

 

Ele impressionou o mundo ao ser o primeiro atleta com sua condição a completar uma prova de triathlon, mérito alcançado em outubro de 2016 na cidade de Cambridge, estado de Maryland nos Estados Unidos.

 

Para imaginar o esforço realizado por John ao completar o Iron Man é só pensar no desafio de fazer o dobro dos demais atletas, de estatura média. Ele precisou do dobro de força e velocidade para percorrer o percurso da prova em tempo hábil. Lembrando que este tipo de corrida é mais baseada em resistência. O importante é completar a prova e foi exatamente o que ele fez.

 

Conseguiu finalizar o percurso do Iron Man usando uma bicicleta de criança, equipamento não apropriado para a etapa de ciclismo onde quase 100% dos competidores usam bikes leves, com quadros de carbono.

 

Essa e outras histórias de superação o atleta compartilha com público por meio de seu blog. Vale a pena conferir e compartilhar com seus contatos nas redes sociais.

 

4) Gigantes do Norte x Gigantes do Cangaço

 

Foto: http://bocapolemicanoesporte.blogspot.com.br

Primeiro

Todo o time é formado por jogadores de baixa estatura

 

Gigantes do Norte é o primeiro time e futebol com jogadores de baixa estatura do Brasil. Criado em 2007, já foram até convidados do programa do Jô e atualmente percorrem o país jogando com times sub 17 ou equipes femininas.

 

No final de 2016, a Liga, programa de entretenimento da Band, acompanhou a trajetória do time pelo interior do estado do Pará, no município de Eldorado dos Carajás e mostrou o desempenho dos atletas na vida e em campo, mas principalmente o apelo dos pequenos por respeito.

 

Seu maior adversário são os Gigantes do Cangaço, atualmente considerados a melhor equipe do país formada exclusivamente por pessoas com nanismo, com jogadores que colecionam vitórias sobre times de outros Estados.

 

Fonte: Uol

Melhor

Maior adversário dos Gigantes do Nortes confessa que se inspirou no primeiro time para formar o elenco de craques

 

O idealizador do time, Faltino Alves, conta que queria jogar futebol e era discriminado pelo tamanho então resolveu montar o próprio time. O cobrador de ônibus aproveitou que estava em contato direto com muitas pessoas diariamente e passou a abordar os pequenos para formar os Gigantes do Cangaço. “Hoje, raramente a gente perde um jogo”, conta com orgulho, após alguns anos de estrada.

 

Há muitos convites para partidas de exibição e campeonatos pelos subúrbios e interior do Ceará, seja em inaugurações de ginásios, feiras agropecuárias ou jogos de abertura para algum clássico regional.

 

Além dos Gigantes do Cangaço e do Norte, há mais três equipes de pequenos no Brasil: os Carioquinhas (RJ), os Minicraques (SP) e o Anões City, de Itabaiana, cidade sergipana considerada a capital do nanismo.

 

O mais curioso é que o jogador mais aclamado do mundo na atualidade foi diagnosticado com nanismo. O argentino Lionel Messi tinha 1,10 m de altura aos 13 anos, e se transferiu para Barcelona (Espanha) para passar por tratamento e acelerar seu crescimento.

 

“La Pulga” virou o maior jogador do planeta mesmo sofrendo do tipo hormonal da condição. Mais uma prova de que não existem limitações para aqueles que acreditam em seus sonhos.

 

5) Jogos Mundiais de Nanismo

 

Fonte:BBC

Delegação

Erinaldo, Lucas, Montanha e Maria Rizonaide, delegação brasileira pela primeira vez no Mundial dos Pequenos

 

A cada quatro anos, centenas de atletas de todo o mundo se reúnem em um único evento para vencer outros competidores e quebrar o próprio recorde, seja na natação, no basquete ou no tênis de mesa. A particularidade deste evento é que todos os participantes têm baixa estatura.

 

Os Jogos Mundiais de Anões são o principal evento para atletas com nanismo do mundo. Em sua sexta edição, ele reuniu mais mais de 500 participantes, vindos de 25 países – inclusive do Brasil, que participou pela primeira vez do evento e cuja delegação foi formada por quatro halterofilistas.

 

Todos eles voltam ao país com medalhas de ouro penduradas no pescoço. Luciano das Chagas Dantas, o Montanha; Lucas Elias Tavares de apenas 17 anos na ocasião, Maria Rizonaide da Silva, e Erinaldo Ferreira de Lima.

 

“A gente enfrenta preconceito na sociedade. Mas no esporte isso não acontece. Quando estou treinando ou competindo, tenho todo o apoio”, disse Lucas, o mais jovem brasileiro na competição.

 

Aqueles que se animaram com a matéria e se destacam nos esportes podem comemorar. É ano de competição. Em 2017, os Jogos Mundiais de Nanismo abriram inscrições a partir de 15 de janeiro e vão encerrar em 15 de abril. O prazo pode ser prorrogado até dia 30.

 

Para se inscrever é obrigatório o envio do formulário médico que pode ser impresso a partir do site do evento.

 

A taxa de inscrição cobrada tem o valor simbólico de U$25,00, mas é reembolsável em caso de não comparecimento. Menores de 18 anos precisam de autorização dos pais para participar.  

 

As marcas que cada um dos atletas atinge neste Mundial podem ser usadas em rankings internacionais, inclusive visando classificação nas Paraolimpíadas. Os jogos vão acontecer nos dias 5 a 12 de agosto na cidade de Ontario no Canadá.

 

Não se esqueça de compartilhar a matéria nas suas redes sociais. Muita gente nem sabe que existem os Jogos Mundiais do Nanismo. Compartilhe o conhecimento! 

com informações de BBC, Uol, SBT Natal, Tribuna do Norte, Site do Governo Federal, CNN, Blog do John, Mundo Tri

Rafaela Toledo

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