Líder do Comitê de Assuntos Hispânicos da Little People of America lança livro

Única de sua família com nanismo, Brenda Martinez nasceu em Porto Rico. Ela estudou Secretariado e trabalhou em diferentes departamentos da indústria farmacêutica até 2017, quando se aposentou. Desde 2019, ocupa o cargo de Líder do Comitê de Assuntos Hispânicos da LPA (Little People of America), cargo que serve de elo entre a organização e os membros de idioma espanhol tanto nos Estados Unidos quanto na América Latina.

E essa história de vida deu a Brenda as ferramentas fundamentais para ajudar e inspirar mais pessoas por meio de sua autobiografia – seu livro recém-lançado, chamado “Mirando hacia arriba” (“Olhando para cima”, em tradução livre). Ainda não há previsão de lançamento no Brasil.

Em entrevista a Mariana Souza Silva, voluntária internacional do Movimento Nanismo Brasil, que faz parte do Instituto Nacional de Nanismo (INN), Brenda contou como foi escrever o livro, dividindo entre assuntos sérios e leves. 

“Nós temos uma vida como qualquer outra pessoa, então temos muitas alegrias, mas também temos tristeza, como todos. E para mim foi um processo né, o escrever em si, nunca tinha escrito, foi a primeira vez que escrevi algo sério. Mas posso dizer sim que lembrei de muitas coisas, até mesmo ria sozinha lembrando de alguns momentos, algumas experiências que vivi, mas tive momentos também que tive que parar de escrever por dias ou por semanas, porque afetavam o que eu estava escrevendo por lembrar de momentos tristes. Então, foi um processo que vivi como uma montanha russa, havia dias bons que eu me sentia para cima, e havia dias em que eu estava para baixo”, contou.

Segundo Brenda, a intenção da autobiografia é inspirar pessoas que estejam passando por algum momento mais sensível. “Eu gostaria que minhas experiências de alguma maneira ajudassem a outras pessoas que não necessariamente tem nanismo, que estejam passando por qualquer situação que se sintam tristes, deprimidas, por qualquer situação que seja, e que elas possam dizer ‘se a Brenda conseguiu vencer na vida, eu também posso’. Talvez sejam circunstâncias diferentes, mas está em nós buscar as ferramentas, buscar ajuda, recursos, e tentar passar por esta vida o mais feliz possível, porque a vida é um só”.

Entre os momentos marcantes da vida de Brenda está o início de sua relação com outras pessoas com nanismo, através da Little People of America. Ela conta que via pela rua quem tinha uma estatura parecida com a dela, mas sem criar laços. Ao ir ao primeiro encontro da LPA, tudo mudou. 

“Quando eu fiquei sabendo do LPA e fui na primeira conferência, foi algo maravilhoso para mim. A primeira vez que eu estava no meio de tantas pessoas da mesma estatura que eu, podendo olhar diretamente nos olhos, isso era algo fantástico. Não vou negar, e acontece muito, a primeira vez é um pouco chocante. Você se sente estranha, principalmente estando acostumada a ser a única. Então, nesse momento, você percebe que não é a única, é uma a mais. É uma sensação um pouco diferente. Mas é tão agradável, você se sente tão bem que muitos de nós quando termina o evento até ficamos tristes de ir embora porque voltamos a realidade, que não é uma realidade triste, mas esse espaço onde todos estamos com a mesmo situação, enfrentando os mesmos desafios, e superando coisas parecidas, podemos compartilhar experiências que nos ajudam uns aos outros”.

A entrevista completa, você confere no Youtube: 

Sabrina Pirrho

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja Mais

Natação e nanismo: quais os benefícios e pontos de atenção?

Prática do esporte sem acompanhamento pode provocar lesões, mas quando monitorada revela ser uma ferramenta potente na transformação da qualidade de vida das pessoas com a deficiência O sinal sonoro liberta para um mergulho profundo. “Na água eu dou tudo de mim, coloco na minha

Natação e nanismo: quais os benefícios e pontos de atenção?

Prática do esporte sem acompanhamento pode provocar lesões, mas quando monitorada revela ser uma ferramenta potente na transformação da qualidade de vida das pessoas com a deficiência O sinal sonoro liberta para um mergulho profundo. “Na água eu dou tudo de mim, coloco na minha