Com nanismo e mãe de gêmeos, bancária e influencer compartilha experiências pelo Instagram

Aos 34 anos, Laila Castro, bancária e estudante do 4º ano da faculdade de direito, também é a mãe dos gêmeos Mell e Gael. Uma gestação gemelar surpresa, que pulou gerações na família, transformou a rotina do casal e hoje é compartilhada por meio do perfil @lailaeosgemeos no Instagram, que já ultrapassa 11 mil seguidores. O objetivo, segundo Laila, é mostrar que a condição de deficiente não lhe faz pior, infeliz, nem blinda a maternidade dos perrengues convencionais.

Laila ainda não sabe exatamente qual o tipo de nanismo em que se enquadra. Sempre acreditou ser hipocondroprasia, mas recentemente, com a realização de um exame genético a fim de analisar não apenas sua condição, mas dos bebês, descobriu um negativo. Ela conta que até mesmo a geneticista estranhou o resultado do exame porque possui todas as características e é mais alta que a média para acondroplasia, por exemplo, já que tem 1,33m de altura.

Laila na maternidade

A mãe da Mell e do Gael diz que na família é o primeiro caso com nanismo e que agora o teste está sendo feito nas crianças que já possuem 4 cm a menos que o esperado para a idade, além de pernas arqueadas. Laila tem lordose severa, pés planos, dedos dos pés e mãos mais curtos e começo de osteoporose. Além disso, possui um encaixe menor do osso do lado esquerdo da bacia. Rindo, ela conta que este é um dos motivos que a faz mancar jogando para o lado esquerdo. “Como um pinguim”, diz Laila.

Como qualquer outra gestação de múltiplos, a gravidez foi considerada de risco, mas não houve nenhum imprevisto acima do esperado. “Tiveram que nascer prematuros porque meu útero chegou ao limite e não tinha mais espaço. Nasceram com 33 semanas e 4 dias, Gael com 2,1kg e Mell com 1,75.  Fui escolhida. Minha avó materna é gêmea. Pulou a geração da minha mãe e veio pra mim. Quando engravidei sabia da possibilidade e nunca deixei falar um bebê só até descobrir serem dois. Acho que no coração eu já sabia”, completa.

Hoje aos 2 anos e meio e com quase 15 kg e 90 cm, Laila conta que a maior dificuldade da maternidade no sentido físico, é pegar no colo. Emocionalmente: impor limites. Entre os medos, o bullying e o preconceito. “Sei que na escola vou ter que estar preparada pra tudo, principalmente bullying que vão sofrer por me terem como mãe. Se forem menores, também terão de conviver com os deles próprios. Mas é um processo de formiga. Minha geração é muito preconceituosa e quem sabe esta nova evolua um pouco mais e que a vida dos meus bebês seja mais leve”, acrescenta. 

 

Catherine Moraes

Jornalista por formação e apaixonada pelo poder da escrita. Do tipo que acredita que a informação pode mudar o mundo, pra melhor!
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