Altos Papos

O último sábado, 21, foi uma data especial para o Somos Todos Gigantes. Após dois anos de campanha e um ano de portal, resolvemos realizar um evento que também se propunha a celebrar o Dia das Crianças, comemorado no último dia 12 de outubro. O Altos Papos foi um bate papo entre mães e especialistas sobre bullying, cyberbullying, preconceito e seus efeitos. Além de apresentado pela criatividade e irreverência indiscutíveis do Clubinho STG, representado pelos irmãos Biel, 10; Laura, 9; e Fernando Yamin, 7; além do amigo Frederico Vilela, 11.

Foto: Unique Fotos by Karitha

Público da primeira edição do Altas Horas promovidos pelo STG no Shopping Bougainville de Goiânia.

Inicialmente pensado para atender às crianças, o evento não perdeu seu foco, apresentando uma série de atrações infantis, mas acabou abraçando também os pais, suas dúvidas e sugestões. A abordagem foi pertinente, após tanta tristeza resultante exatamente de uma tragédia causada pelo bullying, ocorrida na véspera do evento, em Goiânia, sua cidade sede. Uma criança de 14 anos entrou armada em uma escola e faz outras duas, de 12 e 13 anos, de vítimas fatais. O aumento da incidência de tragédias como estas só deixa pais e mães cada vez mais confusos sobre como lidar com o bullying, que muitas vezes nem sabem que seu filho sofre.

Foto: Unique Fotos by Karitha

Crianças participantes do encontro do Somos Todos Gigantes.

Mediado pela coordenadora do Somos Todos Gigantes, a empresária Juliana Yamin, e organizado por ela e o marido, o advogado Marlos Nogueira, Altos Papos trouxe ao palco uma roda de especialistas para tratar sobre essas questões. Como lidar com o bullying, principalmente na Era da Tecnologia, em que tudo toma uma proporção maior e mais rapidamente do que podemos controlar ou dimensionar?

Foto: Unique Fotos by Karitha

Marlos e Juliana, idealizadores da campanha Somos Todos Gigantes.

Para responder estas e outras perguntas, Juliana convidou a pediatra Simone Silva Ramos, a psicóloga Mirella Nery Batista, a psiquiatra Melissa Duarte, e a consultora de marketing digital, Aline Jajah.

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Palco composto pela pediatra Simone Ramos, psicóloga Mirella Nery, a psiquiatra Melissa Duarte, Aline Jajah Clubinho STG e Juliana Yamin, que mediou a conversa (da esq. para a dir.).

Leia conosco a maior parte do que rolou na primeira edição do Altos Papos, logo após a irresistível abertura realizada pelo Clubinho STG, na qual as crianças contaram, sob sua perspectiva e experiência, uma visão peculiar sobre bullying. “Não podemos desistir de fazer um mundo melhor. Comecemos por nós”, provoca Frederico. “Se todas as pessoas a minha volta fazem o mal, eu posso fazer o BEM! Se todas as pessoas que eu conheço desrespeitam os outros, EU vou RESPEITÁ-LOS. E vou ensinar a quem convive comigo que em todas as situações é possível fazer a diferença. Basta deixar o amor falar mais alto”, abriram as crianças com chave de ouro.

Foto: Unique Fotos by Karitha

Fernando, Frederico, Biel e Laura, da esq. para a direita, sobre o palco.

Especialistas

Juliana Yamin – As crianças hoje entram mais cedo na puberdade. Isso inclui o bullying? Eles estão se expondo mais e ainda muito imaturos?

Foto: Unique Fotos by Karitha

A pediatra é a primeira a receber as perguntas.

Simone, pediatra

Eu não diria que estão entrando mais cedo na puberdade. Se você for hoje em dia na Sociedade Brasileira de Pediatria, lá vai encontrar a campanha Criança Não Namora, realizada pela própria SBP para que a gente não erotize nossas crianças antes da hora. Nada de maquiagem, roupas sensuais. A gente tem mania de brincar: fulano é seu namoradinho? E este tipo de insinuações. A campanha existe exatamente para a gente parar com este tipo de comportamento com nossas crianças. Deixar criança ser criança.

Juliana Yamin – Dica para os pais com relação ao bullying: o comportamento dos pais é determinante na reação da criança?

Simone, pediatra

Temos também a recomendação no site da Sociedade Brasileira de Pediatria, sobre como a escola e a família conduziria nestes casos. Os pais precisam ter em mente que precisam falar para os filhos que estão ali para ele. Quando precisarem. Quando sofrerem algum tipo de preconceito. Algum tipo de chacota. Deve ser ensinado a ir nos professores, coordenadores, falar com os pais.

O bullying depende muito dos espectadores – os amigos que estão vendo – e ocorre muito por conta da plateia, com quem o agressor conta para lhe acolher. A criança tem que chegar nos pais e professores e pedir ajuda. Hoje, a gente tem pedido pouca ajuda para os pais. Estudos mostram que tanto pais quanto crianças pedem ajuda às redes sociais e grupos de whatsapp. Hoje não se pede mais ajuda para pais, psicólogos. Acreditam até hoje que psicólogo e psiquiatra é só para louco, quando hoje em dia a gente precisa tratar da nossa saúde mental.

Juliana Yamin – Dica para as crianças: conte para as pessoas certas. Não fique calado diante da agressão do coleguinha. Procure o professor, o coordenador, sua mãe ou seu pai. Aline, vamos falar do cyberbullying. A possibilidade do anonimato faz com que o cyberbullying seja mais temido do que o bullying tradicional?

Foto: Unique Fotos by Karitha

Trabalhando em ambiente digital, Aline dá dicas sobre formas de se proteger.

Aline, consultora de marketing digital

Com certeza, pessoal. Eu, que trabalho hoje com consultoria em mídias digitais, vejo que muitos clientes têm medo de se expor, de um ponto de vista adulto. Então a criança não tem essa malícia, este medo. Ela se expõe. Falo isso enquanto educadora, porque, na minha primeira formação, fui durante 12 anos professora. E nesses 12 anos, convivi em sala de aula com crianças que também sofriam bullying como a Juliana e Dr. Simone falaram. Mas o nosso passado de bullying era um pouco diferente do de hoje, por causa das novas tecnologias.

Hoje é terrorismo porque a gente não sabe a dimensão e o alcance que algo pode chegar em segundos. Em minutos, o alcance é gigantesco e às vezes tudo é feito por anonimato. Então realmente existe um medo maior. Mas a gente não pode evitar. As redes sociais estão aí.

Juliana Yamin – A internet é cada dia mais presente na nossa vida. É um caminho sem volta. Existe algum mecanismo de proteção?

Aline, consultora de marketing digital

Existe. Primeiro ponto é você sempre organizar as configurações de privacidade. Observar as do seu filho, inclusive as suas também. É bom dar uma olhada, porque às vezes você está se expondo e não está nem percebendo.

Tomar cuidado com aquilo que você compartilha relativo à endereços, algumas localizações, dados pessoais, email. Quanto menos exposição, menor a chance de algo ocorrer.

Mas nossa tendência é estar cada dia mais exposto às tecnologias, às mídias. Então é importante observar porque existem aplicativos hoje que você pode baixar ou comprar, a maioria deles são pagos mas vale muito a pena, que faz como se fosse um espelho da tela do seu filho para você acompanhar.

Vigie aquilo que seu filho está fazendo. Não tem como você observar tudo do lado porque obviamente seu filho não vai fazer as mesmas coisas com você do lado. Então os aplicativos gravam a tela. É importante a gente dar uma olhada nisso e observar sempre porque criança não tem maturidade.

Juliana Yamin – Isso mesmo. Essa aqui eu acho uma questão relevante. Não é uma questão de privacidade. Criança não tem que ter privacidade enquanto não tiver maturidade. A gente tem que ajudá-los a amadurecer e descobrir o que é seguro e o que não é seguro. Este é um papel dos pais na educação.

Para as crianças e pré-adolescentes que estão aqui. O que você, Aline, indica como práticas nocivas na internet?

Aline, consultora de marketing digital

A gente tem que tomar cuidado com tudo o que coloca por ali. Primeiro, ter o cuidado de não expor o coleguinha. Porque às vezes estamos achando que fazemos uma brincadeirinha, mas podemos expor o coleguinha. Ele vai ficar triste. Ele vai se sentir infeliz e pode até chorar. E da mesma forma isso pode machucar a gente, se alguém fizer.

Então temos que prestar atenção, porque às vezes a gente faz sem malícia. Outra coisa: sempre que você se sentir assustado, confie no seu pai, na sua mãe, no seu professor. Por mais que alguém te intimide, te deixe com medo, fale! Você tem que lembrar que seus pais e seus professores são seus amigos. Eles são maiores, adultos e vão te proteger.

Porque às vezes a gente fica assustado. Tem gente que nos coloca medo nas redes sociais e nos manda ficar calados. A gente fica com medo. Mas temos que lembrar que nossos pais estão do nosso lado. Então precisamos contar qualquer coisa que deixe triste, com medo, precisamos compartilhar com um adulto. Ele vai ajudar. Vai ter sabedoria para saber ajudar.

Juliana Yamin – Criar filhos nesta realidade é um desafio para nós, digo, pais da minha geração, porque a gente não tem referência de como criar filhos na Era da Tecnologia. No nosso tempo isso não  existia. Nós não vimos os nossos pais lidarem com isso e é muito desafiador. Sem este referencial a gente nunca sabe se está fazendo certo ou errado, se a dose está certa ou errada e temos sempre que explicar para os pequenos que não é uma questão de não confiar neles. A gente confia. A gente só desconfia do que pode acontecer de mal com eles nestes ambientes. Não é uma questão de te vigiar. É questão de te proteger e te ensinar, assim como ensinamos no dia a dia dentro de casa, ensinar alguns comportamentos que são possíveis e outros que não são adequados para crianças, no ambiente virtual também. Mirella, como psicóloga, o que você acha mais importante a gente entender sobre o mecanismo do bullying?

Foto: Unique Fotos by Karitha

A psicóloga indica formas para pais e filhos viverem com mais harmonia.

Mirella, psicóloga

Por mais que os tempos tenham sofrido alteração, tenham mudado, a essência dos seres humanos permanece. Por mais que a internet esteja aí e isso realmente é um desafio, o que é de essência para a vida humana não mudou.

Isso, eu quero lembrar vocês. Então, é bem importante dizer que toda criança tem necessidade de pertencer a grupos. Em todo lugar que você, criança, chegar, você vai querer ser querido pelos seus amiguinhos. Ter o direito de brincar, de participar.

Nós enquanto adultos, precisamos contribuir para que eles façam isso. O que está acontecendo, porque, de fato, o bullying sempre existiu… as críticas, essas restrições, as limitações, as exclusões, de uma forma geral para pertencer ao grupo, isso é do ser humano há muito tempo. O que mudou é nossa condição atual de fazer isso. Como nossos filhos conseguem passar por este processo que é natural? – com exceção de situações extremas, claro, que devem ser tratadas com a seriedade devida.

No dia a dia, como podemos contribuir para que nossas crianças tenham forças para passar por este movimento natural? Isso começa em casa. O que nós precisamos lembrar é que em casa existe uma hierarquia. Pai e mãe são maiores que as crianças e sua tarefa é conduzir. Pai e mãe não são amigos. Pai, nós temos um na vida. Mãe, nós temos uma somente. Amiguinhos, estão todos de igual para igual. Ninguém conduz ninguém. Então quando isso está claro, estabelecido, estruturado na família, nossas crianças estão seguras.

O que é seguro e o que não é seguro? Seguro é quando uma criança pequena tem condução do adulto. Pai e mãe. Avós e bisavós. Quando os pais têm isso muito claro dentro de casa, a crianças se comporta como pequena e, quando ela vai pra rua, ela tem força interna. Quando os pais lidam com as crianças como se fossem amigos, então eles ficam inseguros, perdidos e qualquer crítica é, de fato, uma ameaça.

Juliana Yamin – Resumindo: o que a gente vive na nossa infância, de críticas e limitações faz parte do processo natural? É o excesso disso que gera o problema?

Mirella, psicóloga

Mais do que importante, este é um processo fundamental de sobrevivência psíquica. As crianças precisam passar por isso. Claro que precisamos falar dos excessos. Eu sou psicóloga jurídica e criminóloga e sei que se não houver intervenção em casos de excessos, a gente tem um problema sério como houve ontem.

Mas eu quero lembrar que uma criança não está sozinha na vida. Nossas ações são efeito do sistema familiar de comportamentos que vem de muito longe, dos antepassados que ainda atuam na gente. Como as questões físicas, as psíquicas também acontecem assim.

Juliana Yamin – Para a gente fortalecer os filhos, que é nosso objetivo como pais, a gente precisa de autoconhecimento?

Mirella, psicóloga

Eu acho que o fato de ontem (tragédia envolvendo crianças como autoras e vítimas do crime) nos ajuda a compreender que hoje entender sobre psicologia não é uma escolha. Nem só de emergência. É uma necessidade real.

Juliana Yamin – Você fala de psicoterapia? Ou quem ainda é resistente ao consultório tem outros mecanismos de aprendizado?

Mirella, psicóloga

A psicologia evoluiu muito. Hoje temos cursos para adultos, para crianças, para ensinar como o nosso psíquico funciona. Nós temos uma força que atua, que é a do inconsciente, que nos move. As pessoas precisam aprender isso. Acho que essa é uma necessidade e quero convidar todos os pais a entender isso: psicologia não é emergência, não é luxo. Atualmente é necessidade de sobrevivência. Vamos aprender isso para ensinar nossos filhos desde pequenininhos. Todos aqui já são capazes de entender sobre psicologia.

Simone, pediatra

Hoje, a gente já sabe antes de uma mãe engravidar, os efeitos do meio ambiente já estão influenciando na gravidez e tudo neste período vai influenciar o que a criança vai viver no futuro.

Por exemplo, eu sou coordenadora do comitê de aleitamento materno da Sociedade Goiana de Pediatria, e a gente tem falado muito sobre amamentação em livre demanda e cama compartilhada. A gente precisa entender que não é porque eu falo para o meu bebê que não é hora de mamar que estou sendo ruim para ele. Este é o primeiro controle limitório da criança. É saber que não está na hora. Ela está amamentada e é hora de dormir. Daí vai tudo na vida.

Juliana Yamin – Base saúde mental e emocional das crianças depende fundamentalmente dos pais?

Mirella, psicóloga

Sim. Sem dúvida. Eu acho importante dizer porque, quando a gente fala isso, o que eu tenho sentido, no geral, é que a gente aciona uma culpa nos pais, o que tem sido muito complicado porque essa culpa impede que os pais procurem ajuda.

O que tem acontecido com os pais, sobretudo com as mães, é que estamos vivendo um movimento muito desafiante. Um período de muita dor e essa dor é inconsciente. Nós não sabemos porque dói e porque nos sentimos vazios. Se você acha que isso não está acontecendo na sua casa, eu vou dizer que esta parte é a mais preocupante. Está acontecendo com todas as famílias.

Porque a gente não entende a razão disso, precisamos nos anestesiar. E qual anestesia que temos mais utilizado? O trabalho. Então as pessoas de hoje estão sobrecarregadas. Não é porque as mães são displicentes ou porque os pais gostam de estar fora de casa. Não. Isso é uma necessidade de aliviar essa dor. É importante as pessoas entenderem isso. Porque quando conseguimos cuidar desta dor, conseguimos ficar mais livres para cuidar dos filhos. Hoje nós estamos ausentes porque estamos doloridos.

Juliana Yamin – Desafiador saber que a responsabilidade de criar um filho realmente não pode ser transferida. E Melissa, como é o bullying da perspectiva da psiquiatria?

Melissa, psiquiatra

A maior resistência em torno da psiquiatria ainda vem do estigma. Muitas vezes a família tem dificuldade de procurar ajuda por esse receio de achar que a pessoa já vai ser medicada. Na psiquiatria da infância e adolescência, o tratamento é multiprofissional. Muitas vezes o psiquiatra faz o diagnóstico, ou até mesmo usa a psicologia para fazer este neuropsicodiagnóstico e tem como realizar vários tratamentos.

Se houver necessidade de medicar, já existem várias medicações indicadas para esta fase da vida. Mas na maioria das vezes, a criança ou o adolescente não são medicados.

Juliana Yamin – Quais são os sintomas de que uma criança está sofrendo um bullying que realmente pode prejudicar?

Melissa, psiquiatra

Geralmente a criança (ou o adolescente) vai dando sinais. É muito difícil acontecer como ontem. Que ele(a) não tenha dados sinais prévio. Os principais sinais são alteração no comportamento em casa e na escola, prejuízo escolar, insônia, alteração do apetite, irritabilidade… A depressão nesta fase tem uma característica diferente. Muitas vezes crianças e adolescentes não choram mas ficam extremamente irritados. Sinais acontecem precocemente, de dois a seis meses antes de acontecer qualquer coisa. Por isso é importante a família estar bem atenta. Se pai e mãe estão atentos a este comportamento, podem tratá-lo mais precocemente.

Juliana Yamin – Depressão é um fato na população em geral. Ela tem acometido muito as crianças porque acho que a gente como pai ainda tem preconceito de assumir. Especialmente na adolescência, com todas as mudanças, dizem que é a puberdade. Isso é verdade ou é mito, que as crianças estão sendo acometidas precocemente pela depressão?

Melissa, psiquiatra

Sim. É claro que não é uma prevalência muito grande nesta fase da vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2020 a depressão será o primeiro fator de afastamento do trabalho em adultos. O que a gente vê hoje é que as pessoas estão cada dia mais adoecendo precocemente. Existem vários fatores para isso: a velocidade de informação, a demanda exagerada de trabalho, que sobrecarrega o cérebro e consequentemente desgasta o sistema neuroendócrino. Porque a depressão, é uma alteração hormonal.

Juliana Yamin – Isso pode acontecer com uma criança? Uma criança com excesso de atividades pode desencadear um processo depressivo?

Melissa, psiquiatra

Tudo que desgasta o cérebro pode aumentar a chance de ter qualquer sintoma psiquiátrico. Precisamos fazer tudo com muito equilíbrio. Tenho que ter horário para deitar, horário para estudar e perceber, principalmente, que tudo tem sua hora. Não adianta eu querer que uma criança de oito anos tenha uma percepção de um adolescente. A internet favorece muito essa precocidade porque muitas vezes não temos esta preocupação, da questão do limite e de estar atento ao que uma criança está vendo.

Mirella, psicóloga  

É importante ressaltar que tudo o que acontece no corpo está relacionado com o psíquico. Físico e psíquico estão totalmente relacionados. Vou trazer uma informação nova que é bem importante. Depressão não é uma tristeza, mas um vazio. O vazio gera a tristeza, e também a raiva. Tem muitas pessoas deprimidas que reagem à depressão com muita raiva e por isso, se sobrecarregam de muitas atividades. Elas acham que estão com raiva porque estão sobrecarregadas. Este vazio é inconsciente e atua em toda a família. Muitas vezes a crianças reage a um sentimento dos pais, dos avós, dos bisavós. Porque as crianças ficam ligadas nos adultos por uma força invisível, que é a força dos sentimentos. São estes sentimentos que precisamos aprender a mudar, a desenvolver. Perceber que este vazio é o reflexo do que a família toda sente e não somente uma pessoa.

Simone, pediatra

Temos que prestar atenção nos sintomas da criança. Como pais podem perceber que tem alguma coisa errada? É aquela criança que está com rendimento escolar baixo, ou que está sempre sendo chamada na diretoria porque é agressiva, responde o professor, faz brincadeiras com os amiguinhos. Aquela criança que, às vezes, passa mal, sente dor abdominal todo dia na hora de ir pra escola. Ou que a mãe tem que buscar na escola porque passa mal.

Temos que observar porque há sintomas físicos também porém desencadeados por problemas emocionais. E toda criança gosta de ir pra escola. Ela pode não gostar de fazer prova mas de ir pra escola todas elas querem.

Encerramento

Após a conversa, os presentes foram convidados a interagir com as entrevistadas, compartilhando suas dúvidas e dando sugestões. As atrações emocionaram todos, como a participação da banda Lupa Kids, representada pela cantora Luciana Flath, que não deixou de comentar sobre o bullying retratado nas canções tradicionais da infância brasileira.

 

Luciana Flath brinca com irreverência mostrando o bullying que existe até nas cantigas tradicionais brasileiras.

A cantora mirim Bia Torres, participante do The Voice Kids, surpreendeu a todos convidando as irmãs caçulas para participação em sua música, composta especialmente para elas.

Bia e irmãs

O convidado especial, Lucas Gois, liderou a cantoria do Hino Nacional, acompanhado por Bia, de improviso. A solenidade foi uma homenagem à todas as vítimas da tragédia que envolveu as crianças goianas e uma forma de incentivar nosso senso de unidade e nosso amor ao próximo, lembrando que somos todos uma nação. Somos todos um.

O Show de Dança Arte e Movimento finalizou o evento na praça de alimentação do Shopping Bougainville com muito estilo e alto astral. A escola canadense Maple Bear (Goiânia), Uni Produções, Bibi Calçados Infantis, O Ateliê da Face, o Centro de Dança Arte e Movimento, Bá Companhia de Lazer, Buffet Cata-Vento (Goiânia), Águas Mariza, Nutri Nectar, World Tennis, Burger King, Instituto Total, Guia Curta Mais, Evoluér Consultoria, o próprio Shopping e as empresas dos idealizadores do STG, Marlos Nogueira Advocacia de Negócios e Spa Dios (Goiânia), apoiaram a realização deste evento, que só foi possível pelo empenho, fé e dedicação de muitos.

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Rafaela Toledo

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