Alunas do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresentaram, no último mês, um trabalho sobre Educação e Deficiência Física. Para contribuir com o debate em sala de aula, elas convidaram pessoas com deficiência para compartilhar suas experiências durante o período escolar. Eu, Sabrina Pirrho, jornalista do Nanismo Brasil, fui uma das convidadas para falar sobre nanismo. Na faculdade, compartilhei com os estudantes, principalmente, minhas experiências na infância e adolescência.
Vivi essa fase da vida escolar entre os anos 80 e 90. Não era uma época em que diversidade, representatividade e acessibilidade eram assuntos. Não existia nada perto disso. As estruturas acadêmicas não eram pensadas para crianças com nanismo. As mesas e cadeiras, por exemplo, eram iguais às dos outros alunos. Escrever na lousa, alta, não era só uma questão de acessibilidade. Era também se apresentar à turma como incapaz de alcançar sem ajuda. As escolas não estavam preparadas para receber pessoas com deficiência.
E como é o cenário atual? Ainda é preciso caminhar muito!
Quando uma instituição de ensino tem uma criança ou adolescente com deficiência, não é só dever, mas obrigação criar mecanismos para que o aluno tenha acesso a tudo, assim como os demais. É preciso promover conversas, tirar dúvidas, esclarecer. E não apenas para os colegas da turma, mas também para os estudantes de outras séries, professores e todos os funcionários.
O ponto discutido na faculdade deixou claro para os futuros pedagogos que não é mais sobre “acolher” ou “integrar” um aluno com deficiência. Não é um favor que os outros fazem a esse estudante. É preciso entender que o espaço e os direitos também pertencem àquele aluno. É a escola que deve se adaptar e não o inverso.
Uma honra participar da discussão e que venham mais convites para o INN. É pela educação que a gente muda o mundo!