A participação de pessoas com deficiência na política é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e representativa. A inclusão dessas vozes nas esferas de poder permite a criação de políticas públicas que realmente atendam às necessidades de toda a população. Entre os diversos grupos de pessoas com deficiência, as pessoas com nanismo enfrentam desafios únicos, tornando sua representação política ainda mais crucial.
As pessoas com deficiência enfrentam diversas barreiras ao tentar ingressar na política. Entre elas estão a falta de acessibilidade nos locais de votação e de trabalho, o preconceito e a discriminação, além da falta de apoio e financiamento para suas campanhas. Essas dificuldades são ainda mais pronunciadas para as mulheres com deficiência, que enfrentam a intersecção do machismo e do capacitismo.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou, nas eleições de 2022, a candidatura de 475 pessoas com deficiência que concorreram a um cargo público nas eleições gerais daquele ano. O número representou 1,6% do total de 28.644 pedidos de registros de candidatura.
Dos candidatos com deficiência, a maioria (53,69%) tinha uma deficiência física. Em seguida, deficiência visual (23,58%) e auditiva (11,58%), outras deficiências (8,42%) e autismo (2,74%). Para a Câmara dos Deputados, concorreram 161 pessoas com deficiência. Ou seja, 35% dos candidatos com deficiência disputam uma vaga na Câmara. Dos 513 deputados, 11 (2,14%) foram eleitos deputados com deficiência. (Dados foram coletados no decorrer do ano 2022).
O Papel das Mulheres com Nanismo na Política
Mulheres com nanismo, em particular, possuem uma perspectiva única que pode enriquecer o debate político. Elas vivenciam diariamente desafios relacionados à acessibilidade, discriminação e preconceito, além de questões específicas de saúde e bem-estar. Sua presença na política não só traz visibilidade a esses problemas, mas também promove a elaboração de soluções mais eficazes e inclusivas.
Exemplos Inspiradores
Há exemplos inspiradores de mulheres com nanismo que têm se destacado na política ao redor do mundo. Para as eleições de 2024, destacamos o trabalho efetivo da vereadora e pré-candidata a prefeita de Guarani (MG), Roberta Vieira, mulher com nanismo, conhecida por sua atuação em defesa dos direitos das pessoas com deficiência e tem sido uma voz ativa e influente. Sua presença no cenário político é uma prova de que a inclusão é possível e benéfica para toda a sociedade.
Outro exemplo é Viviane de Assis, pré-candidata a vereadora da cidade do Rio de Janeiro, que pela primeira vez se candidata a um cargo público. Viviane é musa da Escola de Samba Viradouro, onde já leva a inclusão do nanismo na cultura e uma ativista e defensora dos direitos das pessoas com deficiência, que utiliza sua representatividade cultural para promover mudanças significativas em políticas de acessibilidade e inclusão, desfazendo estigmas quanto o lugar das pessoas com deficiência.
A representatividade é crucial para a criação de políticas públicas que atendam às necessidades reais da população. Quando pessoas com nanismo ocupam cargos políticos, eles trazem para o debate questões que muitas vezes são negligenciadas e invisibilizadas. Isso inclui desde a acessibilidade urbana até a saúde reprodutiva e os direitos trabalhistas. Sua presença assegura que essas questões sejam discutidas e que soluções sejam implementadas.
Para promover a inclusão de pessoas com deficiência na política, é essencial implementar políticas públicas específicas. Isso inclui garantir a acessibilidade em todos os processos eleitorais, promover campanhas de conscientização para combater o preconceito e fornecer apoio financeiro e logístico para candidatos com deficiência. A criação de cotas para pessoas com deficiência em partidos políticos também pode ser uma medida eficaz para aumentar sua representatividade.
Promover a inclusão e combater o preconceito são passos essenciais para a criação de um sistema político verdadeiramente representativo. O exemplo de mulheres com nanismo na política demonstra que, com apoio adequado e políticas inclusivas, é possível construir um futuro onde todas as vozes sejam valorizadas e respeitadas.
Por Gisele Rocha
Jornalista, mãe de uma criança com nanismo e entusiasta de mais mulheres na política
Respostas de 2
Fico feliz em saber que temos representantes com nanismo na política. Que essas pessoas promovam as mudanças!
Desejo sucesso, a política exige um desafio superior a nossas energias , mas não podemos recuar.
Emília Guedes Fulcher Vereadora de Canela RS
Há segundo mandato e pré candidata