Nanismo por Inanição

Quase metade das crianças timorenses vive abaixo da linha da pobreza, um valor que é mais elevado do que entre os adultos, revelou um relatório divulgado recentemente.

O documento, assinado pela UNICEF e pelo Governo timorense, mostra que Timor-Leste é, tanto na Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) como na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o país com a maior porcentagem de crianças menores de cinco anos que sofre de nanismo devido à má nutrição.

O Livro de Dados da Criança 2018, divulgado há três semanas em Díli, capital do Timor-Leste, indica que metade das crianças sofre de nanismo “severo ou moderado”, sendo que uma em cada três crianças tem peso reduzido de forma “moderada ou severa” e uma em cada nove tem debilitação.

O documento sublinha os desafios que o país enfrenta quando 46,4% da população total de 1,18 milhões tem menos de 18 anos, e 12,7% tem menos de cinco anos.

Os dados mostram que 49% das crianças com menos de 14 anos vivem abaixo da linha oficial da pobreza, fixada em apenas 46,37 dólares por mês, ligeiramente acima da linha internacional de pobreza fixada nos 40,45 dólares.

A pobreza infantil é muito maior nas zonas rurais, onde ronda os 40%, do que nas zonas urbanas, onde varia entre 22 e 24%, dependendo do grupo etário.

Em termos comparativos, a pobreza afeta mais as crianças do que os adultos, já que em termos totais 41,8% da população timorense vive abaixo da linha de pobreza nacional.

Em nível regional, os índices mais elevados de pobreza são os da região do enclave de Oecusse – 62,5% da população – seguindo-se a zona de Ermera com 56,7%, na zona onde é produzida a maior parte do café do país, sua única exportação relevante.

Díli tem o índice de pobreza mais baixo, mas, ainda assim, mais de 29% vivem abaixo da linha oficial de pobreza.

O relatório mostra uma melhoria de 8,6 pontos percentuais nos últimos 12 anos, no que se refere à população total do país viver na pobreza extrema.

Mostra ainda que a taxa de mortalidade infantil caiu. Hoje é mais baixa que na Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

Os dados mostram uma queda de 4,7% nos últimos anos no número de crianças vacinadas em 2016, quando comparados a 2010.

O relatório indica que 3,6% das crianças entre 10 e 14 anos fazem trabalho infantil, percentagem que sobe para os 4% nas zonas rurais.

Só 60,4% das crianças com menos de cinco anos têm registro de nascimento e só 29,2% têm certidão de nascimento.

Ainda vivemos em um mundo no qual pessoas são números e realidades como esta são comuns. Crianças nascem e morrem na miséria, como se nunca houvessem existido. Por isso, antes de reclamar de tudo o que é difícil, antes de sentir pena de si mesmo frente aos percalços da vida (que realmente cansam, esgotam…), lembre-se de agradecer.

Por mais difícil que seja, todos nós estamos cumprindo um papel nesta existência e o melhor que podemos fazer é ser a melhor versão de nós mesmos. Para nós e para o Todo. Por isso sempre se lembre que a vida é única e cada momento que perdemos olhando para o problema é um minuto a menos concentrados(as) em uma possível solução.

com informações do Jornal Mundo Lusíada.

Rafaela Toledo

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