Marcada por constrição severa no peito
É uma desordem rara, um distúrbio específico e multissistêmico. O termo “Distrofia Torácica Asfixiante” tem sido utilizado tanto como sinônimo de Síndrome Jeune quanto, particularmente na literatura cirúrgica, como um termo de diagnóstico genérico para qualquer instância de constrição severa no peito. Seu uso para este último sentido deveria ser abandonado, segundo avaliação dos médicos da equipe de pesquisadores de displasias ósseas da Universidade de Wisconsin.
Síndrome de Jeune é uma doença autossômica recessiva. Isto significa que as crianças afetadas são filhos de pais não afetados, e que um casal que teve um filho com Síndrome de Jeune terá 25% de chance de que cada criança subsequente seja afetada.
A variabilidade mesmo dentro da mesma decendência pode ser muito grande – de modo que uma criança pode ser ligeiramente afetada e outro dentro da mesma família pode ter complicações com risco de vida.
Recentemente foram identificados dois genes causais – IFT80 e DYNC2H1. Curiosamente ambos criam produtos críticos para a função ciliar. Como a disfunção ciliar resulta em manifestações clínicas da Síndrome de Jeune, o assunto ainda é um mistério. Genes adicionais quando pobremente funcionais são causadores e devem possivelmente ser identificados no futuro.
Indivíduos clinicamente diagnosticados com este transtorno têm pequenas e constritas caixas torácicas, membros ligeiramente encurtados e, em cerca de 20% dos afetados, polidactilia pós-axial (excesso de dedos que acomete o lado culbinar – ulnar – da mão ou o lado peroneal – lateral – do pé).
A avaliação radiográfica permite a confirmação do diagnóstico, com as seguintes características tipicamente encontradas: tórax em forma de sino; clavículas de guidão; costelas horizontais, bulbosas e muito mais encurtadas; ossos longos suavemente encurtados; configuração pélvica característica e cone de epífises das mãos (em uma idade mais avançada).
Há uma variabilidade acentuada da gravidade, desde a letalidade precoce a problemas médicos muito modestos. Na parte severa da escala, síndrome de Jeune se mistura com o que chamam de Polidactilia da Costela Curta tipo III – um processo separado e independente, uniformemente letal. Na verdade, estes transtornos têm partilhado a mesma causa molecular e podem ser avaliados como continuidade de manifestações da mesma causa.
Confira quais complicações médicas podem representar preocupações antecipadas para os pais e portadores desta síndrome e quais as sugestões de médicos qualificados sobre o assunto.
a) Expectativa de Vida: Não há estudos formais de mortalidade realizados acerca do tema. No geral, parece que metade a três quartos das pessoas diagnosticadas com Síndrome de Jeune morrem em consequência da doença.
A maioria dessas mortes ocorrem nos primeiros dois anos de vida e a maioria é secundária às complicações respiratórias.
b) Crescimento: A pequena estatura é habitual mas geralmente não é grave. Há uma variabilidade considerável e alguns podem chegar a faixa normal de estatura.
Não existem grades de dados sobre crescimento ainda e não há tratamento conhecido.
c) Alterações Respiratórias: Muitos, talvez 75%, têm doença pulmonar restritiva grave em consequência da constrição no peito. No entanto, outros têm dificuldade respiratória única leve ou mínima.
Naqueles que não têm problemas com risco de vida na infância, os agravos pulmonológicos não são progressivos e não devem causar transtornos posteriores.
A avaliação pulmonológica abrangente e precoce é crítica. Deve-se verificar a adequação da ventilação e assegurá-la. O teste de função pulmonar deve ser concluído entre cerca de seis e sete anos de idade e depois a cada três ou quatro anos até a maturidade.
Em alguns, a doença pulmonar restritiva é suficientemente grave e alguns tratamentos são necessários, incluindo os invasivos como intubação, suporte ventilatório, traqueostomia e etc. Traqueostomia pode tanto permitir a sobrevivência a longo prazo quanto a melhoria da função pulmonar em geral (principalmente pela eliminação de espaço morto).
Em doentes com insuficiência grave foram utilizados procedimentos de expansão do peito, incluindo, por exemplo, o uso da prótese de titânio da costela vertical expansiva (vertical expandable prosthetic titanium rib – VEPTR). No paciente gravemente afetado, esta medida pode ser um salva-vidas.
No entanto, as taxas de complicação são muito elevadas e não houveram estudos adequados de controle que atestem a propriedade deste procedimento.
Se for utilizado serão necessárias operações adicionais de alongamento a cada seis meses, em média, até a maturidade.
Não há, obviamente, nenhuma justificativa para quaisquer procedimentos de expansão torácica em crianças com quadro pulmonar estável, já que esses problemas não são progressivos.
d) Alterações Renais: Cerca de 30% dos sobreviventes desenvolvem irregularidades renais. Na maioria das vezes são descritas como displasia cística (doença renal onde macroscopicamente o rim encontra-se aumentado, extremamente irregular e multicístico) ou nefronofitíase (doença cística medular, nefronofitíase juvenil familiar ou complexo de doença cística medular referem-se a um grupo de doenças similares cuja lesão básica é uma progressiva atrofia tubular renal com esclerose glomerular e formação cística medular). Normalmente são reconhecidas no final da infância. A insuficiência renal pode acontecer eventualmente.
Realizar anualmente exames de creatinina, teste de uréia e nitrogênio no sangue (blood urea nitrogen – BUN) e de urina em seguida é imprescindível, além de ultrassonografias renais no ato do diagnóstico. Avaliação da pressão arterial em cada contato médico também é o acompanhamento mais indicado nestes casos.
Consultar o afetado com nefrologista para a gestão do tratamento de saúde caso se confirme o envolvimento renal em complicações é essencial. O transplante renal pode ser considerado embora pouco esteja disponível na literatura sobre o assunto.
e) Alterações Hepáticos: A menor proporção de indivíduos afetados têm evidências de problemas no fígado – disgênese (desenvolvimento anormal), cirrose (doença crônica do fígado caracterizada por fibrose e formação de nódulos responsáveis por bloquear a circulação sanguínea) ou fibrose (aumento das fibras em um tecido). Não está claro em quais circunstâncias estes transtornos se torna uma questão ameaçadora para a saúde.
Testes completos de sangue, incluindo da bilirrubina direta e indireta, e das enzimas hepáticas anuais devem ser repetidos invariavelmente. O encaminhamento para um hematologista para a gestão de alterações hepáticas torna-se essencial.
O tratamento com ácido ursodesoxicólico foi utilizado em pacientes com doença do fígado nos Estados Unidos, segundo artigo científico assinado pela equipe da Clínica Médio Oeste de Displasias Ósseas da Faculdade de Medicina da Universidade de Wisconsin.
f) Problemas Oftalmológicos: Distrofia Haste de Cone (retinite pigmentosa: distrofia ou dano nos fotoreceptores da retina e dos pigmentos epiteliais sob estas células) tem sido descrita em um certo número de indivíduos com Síndrome de Jeune.
Não está claro o quão comum essa complicação é mas provavelmente seja pouco frequente. Tem surgido aos cinco anos de idade e pode levar a cegueira noturna, visão de túnel e outras complicações oftalmológicas.
Avaliação oftalmológica deve ser cuidadosamente realizada no momento do diagnóstico e depois a cada três anos. Depois disso, a eletrorretinografia deve ser concluída aos cerca de seis ou sete anos de idade.
Caso a progressiva Distrofia Haste de Cone apareça, várias adaptações e modificações da escola serão necessárias incluindo a participação de um especialista de baixa visão.
g) Problemas de Má Absorção do Intestino: Enquanto descrita, a má absorção é provavelmente pouco frequente. Isso não diminui a importância do acompanhamento clínico e atenção frequente para possíveis complicações.
Fontes: Little People of America (LPA), Academia Americana de Pediatria, Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj), Fundacion Alpes (Espanha), Empresa Brasileira de Comunicação, Portal dos Psicólogos, Universidade de Wisconsin (Estados Unidos da América), Universidade de Campinas (Unicamp), Infoescola, G1, Hospital Sírio Libanês, Grupo de Coluna do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Vila Velha Hospital e Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória do Espírito Santo (EMESCAM), artigos científicos do SciELO (Scientific Eletronic Library Online), Superinteressante, Site Dr. Dráuzio Varella, Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC), Universidade de São Paulo (USP), Hospital Albert Einstein (da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira), Revista de Atualização Médica (Uol), Liga de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (Portugal), Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS), Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), Michaelis (Dicionário Uol).
Respostas de 18
ola gostei do texto.
meu nome é Alane tenho 25 anos e sou portadora da síndrome de jeune.
Muito prazer, Alane! Mande seu contato pelo email para que possamos conversar melhor sobre sua condição? Por favor? Grata
Oi sou Alane q tem síndrome de jeune meu contato 84999827869 ou email alane_babau@hotmail.com
Oi Alane! Muito obrigada pelo contato! 😉
Oi! Alane.
Queria conversar com vc sobre a síndrome de jeune. Minha filha tem os sintomas dessa síndrome, já faz mais de 1 mês e eles não conseguem fechar um diagnóstico.
Vc teve problemas renais, cistos? Quais foram os sintomas q vc teve pra q vc fosse diagnosticada com essa síndrome?
Bom dia Alane gostaria de manter contato com vc tenho um bebê com síndrome de Jeune , e gosta mto de trocar informações meu e-mail e ellencopedroso@gmail.com
Oi Alana gostaria de manter o contato tenho um bebê de 2 anos com a mesma síndrome raf21_rafaela@hotmail.com ou meu WhatsApp 11 962749049
Olá bom dia .
Como sua vida com o síndrome .
Meu sobrinho de 8 meses descobrimos que ele tem o síndrome.
E queria pode ajuda mais a minha irmã.
Olá Géssica! É uma vida com algumas limitações como qualquer outra. A melhor forma é tratar sempre com muito amor e naturalidade. Estar sempre presente quando possível. 😉
Hola me encantaría saber mas de este síndrome jeunes porque mi hijo lo tiene y quiero saber mas sobre el síndrome…
Oi Rafaela, minha bebê de 3 meses está em investigação para a síndrome de Jeune , tô interessada em algumas respostas pois não se muito coisa a respeito na internet ,
Nos envie mensagem no Instagram do Instituto Nacional de Nanismo para que a gente possa inclui-lo no grupo de Whatsapp, onde as famílias trocam experiências.
Oiiii. Minha filha tem 2 anos ela tem a sildrome de jeune eu sou a mae dela
Oi Alana, sei que pelo jeito muitas mães te procuram. Sou uma mãe assim, meu filho tem 4 anos e portador de jeune. Usa traquiostomia. Saber que há um adulto saudável com esta síndrome é reconfortante. Espero que esteja bem caso queira contato. ana-claudia-br@hotmail.com
Oi meu nome e camila tenho 19 anos sou mãe da rafaela minha filha nasceu com 28 semanas tive muitas dores e sangramento os médicos. Queria que fosse parto normal mais deu para dentro da barriga e três fora em 8 minutos de vidas deu convulsões na minha filha
Eu tava apagada acordei no quarto querendo ver o bebe e meu marido disse que a infermeira ia trazer o bebe passo horas e horas a infermeira entro na porta e eu perguntei da minha filha e ela falo que tava na neu natal e quando eu podesse andar eu podia lá ver ela dai meu marido falo pra mim que a rafa tinha mais detinhos nas mao e nos pé eu não acreditei fui lá na neu ela tava na cubadora entubada cheia de Aparelho. No corpinho e eu muito assustada vendo aquilo fui ver os dedinhos dela e erra verdade ela tinha 6 numa mao 7 na outra e num pé 6 e o outro 5 normal dai fui pro quarto cheia de dor na cesária e me deitei os médicos da nel natal vieram falar comigo e meu marido sobre a rafa disseram que ela tinha a sildrome de Jeune que erra uma seldrome muito rará e falo que a caixa do tórax na cresia que ela ia ter conpricasos de respirar . eu fiquei muito triste de ver minha filha da quele jeito não conseguia parar de chorar ate que eles me deram auta eu não podia ficar com ela e tinha que respeitar os horários de visitas da nel natal tinha muita falta dela os médicos falava que não tava dando resultado os medicamentos e ela tava cada vez mais piorando da falaram com ajente pra colocar uma gastrotonia na barriga de pra ser melhor grasas a deus ela foi ganhando pesso e foi melhorando que depois de três meses ganho auta da nel natal fumos pra casa passando o tempo ela começou a internar bastante os médicos chegaram a fala que ela não Passava de 1 ano de vida mais deus e maior ela feiz 2 anos agora dia 1 de Dezembro e ta com nois sempre sorrindo do nosso lado eu Amo minha filha ela e tudo pra mim contei um pouco da minha história pra vc e eu tenho a minha primeira filha a ana beatriz que ta com três anos tenho minhass. princesa linda e o que me faiz sentir bmm hoje e ter as duas do meu lado
Bom dia,
Tenho em minha cidade um caso, em que a criança apresenta nanismo e alguns distúrbios os pais estão desesperados por um diagnóstico. Talvez você possa ajudá-los e dar um norte, sobre quem procurar, etc..
Olá sou Jesilaine..
Sou portadora da síndrome de Jeune, tenho 30 anos e sou mãe de uma linda menina ,sem porcentagem nenhuma da sindrome..
Se quiserem podem me mandar e-mail : jesilainecristine3@hotmail.com
Olá!
Me chamo, Joelma,hoje estou 38 anos, quando tinha 19 anos tive meu primeiro filho, sem muita experiência, não notei nada de diferente nas primeiras semanas.
Passou algumas semanas minha vizinha teve seu bebê,fui visitá-la, chegando lá, notei que o bebê dela não parava quieto, faltava era saltar do bercinho, aí sim fiquei inquieta, pelo fato do meu filho não se mexer muito e nem chorar alto…procurei o médico, lembro claramente que o médico pediu para que eu voltasse com um mês depois, pois meu bebê era recém-nascido não tinha muito movimento mesmo…assim esperei, quando retornei com mês ele me passou para outro médico,aí sim notou que tinha algo errado, mesmo assim os outros médicos não descobriram em imediato, passei por momentos muitos difíceis com meu bebê, passou por fisioterapia,foi um sofrimento ver meu bebê naquela situação,foi para a UTI com problemas respiratório, passamos por muitos momentos…a História é longa e cada vez que conto aqui lembro de mais coisas…foi um ano muito difícil para mim… nunca tinha contado está história assim, mesmo que seja resumida, pois no mesmo ano meu bebê se foi e ficou muitas dúvidas sobre a síndrome de jeune…não falo sobre pois, nunca conseguir conversar sem chorar… Desculpas pelo comentário, só queria falar um pouco sobre minha experiência vivida.