O Instituto Serendipidade realizou a 2ª edição do evento “Virada de Chave”, com o objetivo de arrecadar dinheiro para investimentos em iniciativas próprias e de parceiros para benefícios de pessoas com deficiência. Líderes do Movimento Nanismo Brasil, Fernando Vigui e Fernanda Fonseca estiveram no evento realizado em São Paulo, no último mês.
Além da arrecadação, foi um momento de conexões entre as pessoas, como explica Débora Gold, gerente do instituto. “A 2ª edição da Virada de Chave superou as expectativas. A gente teve um impacto social e um impacto de captação bem grande. Captamos quase R$ 1 milhão. Claro que teve o balanço do evento, com os custos, mas tivemos um upgrade no sentido de público, de perfil do evento. Tivemos pessoas de fora da bolha do ecossistema da inclusão, um networking do bem que foi muito valioso, foram conexões muito valiosas”.
O Virada de Chave contou ainda com apresentações de pessoas com e sem deficiência. “Fora o leilão, que foi muito bacana, revertendo todos os valores arrecadados para o Serendipidade e um percentual para o Escolas Abertas, que foi nosso parceiro na organização, tivemos shows da Luiza Possi e do Afonso Nigro, que abrilhantaram o evento”, contou Débora. “A gente teve um protagonismo bem atuante de pessoas com deficiência, com a contratação da Companhia Suzie Bianchi, de circo-dança, com dois casais, numa apresentação de tecido, fazendo acrobacias, e também apresentação de uma dança de solo, com bailarinos com e sem deficiência. Tivemos o Rafael e o Gabriel Cheib, tivemos o Edu Lyra, que é o CEO da ONG Gerando Falcões, que fez uma apresentação de muito impacto”, completou Débora.
À frente do Serendipidade está Henri Zylberstajn, que criou o instituto após se envolver diretamente com organizações do terceiro setor e temáticas sobre deficiência. Henri é pai de Pedro, ou Pepo, como é conhecido o menino que nasceu com síndrome de Down e mudou a vida da família. Segundo Henri, a missão do instituto é “potencializar a inclusão de pessoas com deficiência, articulando para que sejam vistas de forma positiva pela sociedade”.
“Serendipidade é o ato de se fazer felizes descobertas ao acaso. O Instituto Serendipidade tem o propósito de transformar a sociedade através da inclusão das pessoas com deficiência no Brasil. Impulsionamos o impacto social relevante, colaborativo e inovador, criando e fortalecendo pontes que valorizam a identidade e o melhor potencial de cada um. Atuamos de forma integrada, para além do diagnóstico. Assim vamos construindo uma sociedade cada vez mais plural e acessível para todos”, explicou o pai de Pepo.
Líderes do Movimento Nanismo Brasil, Fernando Vigui e Fernanda Fonseca se encantaram com o que representou a Virada de Chave. “Serendipidade significa ‘Ato ou capacidade de descobrir coisas boas por mero acaso, sem previsão’. Não foi tão ao acaso assim, mas a noite superou minhas expectativas. Conheço o trabalho do Henri Zylberstajn há algum tempo e, inclusive, já tivemos algumas trocas como Serendipidade x Nanismo Brasil. Mas ver o seu trabalho de perto, ao vivo, com um público motivado por mudanças na sociedade, para enxergarem a inclusão como uma oportunidade, encheu o meu coração de esperança e fé, de que estamos no caminho certo. A 2ª edição do Virada de Chave foi um marco na minha vida, e sinto que ainda estou processando o que vivemos lá”, contou Vigui.
Para Fernanda, o evento mostrou a importância da inclusão de pessoas com deficiência. “Há alguns anos, conheci o Pedro ‘Pepo’ Zylberstajn nas redes sociais, me encantei tanto como pessoa com deficiência e como médica ao acompanhar o seu desenvolvimento com a equipe multidisciplinar. Naquela oportunidade, não tinha conhecimento sobre a criação e impacto do Instituto Serendipidade. O evento Virada de Chave demonstrou quanto a inclusão faz a diferença e abre possibilidades na vida de pessoas que antes estavam à margem da sociedade”.
E como transformar o olhar da sociedade para a inclusão? “Praticando o convívio inclusivo, o que muitas vezes, implica em sair da zona de conforto. Ampliar o olhar, ter empatia a necessidades diferentes das que estamos acostumados. Compartilhando conteúdos sérios e propositivos, que estimulem a igualdade de direitos. Dando visibilidade, consumindo arte, cultura, esportes, produtos, feitos por pessoas com deficiência. Em resumo, unindo mundos para minimizar cada vez mais o capacitismo. As diferenças são a maior riqueza. Vamos fazer delas, nosso maior ponto de união”, explicou Henri.