Dez anos após “Polaróides Urbanas”, “Veneza”, segundo filme na direção de Miguel Falabella no cinema levou dois kikitos – como são chamados os prêmios do Festival de Cinema de Gramado – no último sábado, 24. Veneza foi um dos destaques da Mostra Competitiva da 47º edição do Festival que aconteceu entre os dias 16 e 24 de agosto, com presença do ator Giovanni Venturini que faz parte do elenco da obra.
Os prêmios foram para as categorias: Melhor Direção de Arte, para Tulé Peake; e Melhor Atriz Coadjuvante, para Carol Castro. Giovanni agradece em seu instagram por participar do evento: “Obrigado a todos os companheiros de gôndola, por atravessarmos oceanos juntos”, fazendo menção à cena do filme.
O filme foi exibido na quinta-feira, 22, às 20h30, com reprise na sexta, 23, às 9h, e às 10h30, houve um debate sobre o longa, com as presenças de parte do elenco – Dira Paes, Danielle Winits, Eduardo Moscovis, Caio Manhete, Pia Manfroni, Giovanni Venturini e Yuri Ribeiro, além da atriz colombiana Carolina Virguez – do produtor Júlio Uchôa e de Miguel Falabella.
Veneza
Filmado no Uruguai e na Itália, tem como locações principais a Cidade Velha, na capital uruguaia, a Estância taranco – uma das mais lindas propriedades do país, o bairro de Lezica, além de cenas emblemáticas filmadas em Veneza.
O filme conta a história de Gringa, uma cafetina que tem como sonho reencontrar o único homem que amou. Para realizar seu desejo, as prostitutas que trabalham em seu bordel se unem a uma trupe circense e idealizam um plano que atravessa a realidade para levá-la de encontro ao seu amado.
Veneza é, também, uma ode às mulheres latino-americanas, com um elenco estrelado pela atriz espanhola Carmen Maura, conhecida pelas atuações nos filmes do cineasta Pedro Almodóvar, a talentosa argentina Georgina Barbarossa, a uruguaia Camila Vives e a colombiana Carolina Virguez, além das brasileiras Dira Paes, Carol Castro e Danielle Winitz.
Com desenho de produção de Tulé Peak e fotografia de Gustavo Hadba, o projeto é uma adaptação da peça homônima do escritor argentino Jorge Accame. O filme, também escrito por Miguel e produzido por Júlio Uchôa, da Ananã Produções, tem como coprodutores a Globo Filmes e FM Produções, além de distribuição da Imagem Filmes.
O Festival
A edição 2019 do Festival de Cinema de Gramado foi marcada pela força do audiovisual brasileiro neste momento do país, demonstrada pela qualidade dos concorrentes e pela união dos participantes em defesa do setor.
O Palácio dos Festivais foi palco de protestos e manifestações de resistência que culminou na Carta de Gramado, assinada por 63 entidades. Nela destacou-se a importância do cinema para a cultura e autoestima de um país, assim como sua relevância na economia nacional. “Nossa cadeia produtiva é dinâmica e movimenta mais de R$ 25 milhões por ano, representando 0.46 do PIB brasileiro. Tem uma taxa de crescimento de 8.8 ao ano e é responsável por mais 330 mil empregos. Garantir o audiovisual fortalecido e livre é fundamental para a soberania nacional”, diz um trecho.
Foram distribuídos 15 prêmios para a categoria Longas-metragens Brasileiros, 10 para os Longas Estrangeiros, 15 para os Curtas Brasileiros e um para a categoria Longas-metragens Gaúchos.
Ao todo foram distribuídos R$ 285 mil em dinheiro, além dos prêmios Edina Fujii CiaRio/ Naymar (R$ 48 mil) e Tecna PUC-RS (R$ 30 mil).
Confira agora toda a premiação do 47º Festival de Cinema de Gramado:
Longas Brasileiros
Melhor Filme: “Pacarrete”, de Allan Deberton
Melhor Direção: Allan Deberton, “Pacarrete”
Melhor Ator: Paulo Miklos, em “O Homem Cordial”
Melhor Atriz: Marcélia Cartaxo, em “Pacarrete”
Melhor Roteiro: Allan Deberton, André Araújo, Natália Maia e Samuel Brasileiro, por “Pacarrete”
Melhor Fotografia: Edu Rabin, por “Raia 4”
Melhor Montagem: Joana Collier e Fernanda Krumel, por “Hebe”
Melhor Trilha Musical: Sascha Kratzer, por “O Homem Cordial”
Melhor Direção de Arte: Tulé Peake, por “Veneza”
Melhor Atriz Coadjuvante: Carol Castro, em “Veneza” e Soia Lira, em “Pacarrete”
Melhor Ator Coadjuvante: João Miguel, em “Pacarrete”
Melhor Desenho de Som: Rodrigo Ferrante e Cauê Custódio, por “Pacarrete”
Prêmio especial do Júri: “30 Anos Blues”
Júri da Crítica: “Raia 4”, de Emiliano Cunha
Melhor filme do Júri Popular: “Pacarrete”, de Allan Deberton
Longas estrangeiros
Melhor Filme: “El Despertar de Las Hormigas”, de Antonella Sudasassi Furnis
Melhor Direção: Juan Cáceres, por “Perro Bomba”
Melhor Ator: Fernando Arze Echalar, em “Muralla”
Melhor Atriz: Julieta Díaz, “La forma de las horas”
Melhor Roteiro: Bernardo e Rafael Antonaccio, por “En el Pozo”
Melhor Fotografia: Rafael Antonaccio, por “En el Pozo”
Prêmio especial do júri: para as meninas Isabella Moscoso e Avril Alpizar do filme “El despertar de las hormigas’, por suas excelentes atuações.
Menção Honrosa: para a direção de arte de “Dos Fridas”
Júri da Crítica: “El Despertar de Las Hormigas”, de Antonella Sudasassi Furnis
Melhor filme Júri Popular: “Perro Bomba”, de Juan Cáceres
Longas Gaúchos
Melhor filme: Raia 4, de Emiliano Cunha
Curtas Brasileiros
Melhor Filme: “Apneia”, de Carol Sakura e Walkir Fernandes
Melhor Direção: Diogo Leite, por “O Menino Pássaro”
Melhor Ator: Rômulo Braga, em “Marie”
Melhor Atriz: Cassia Damasceno, em “Mulher que Sou”
Melhor Roteiro: Renata Diniz, por “O Véu de Armani”
Melhor Fotografia: Sebastian Cantillo, por “A Ética das Hienas”
Melhor Montagem: Daniel Sena e Thiago Foresti, por “Invasão Espacial”
Melhor Trilha Musical: Carlos Gomes, em “Teoria Sobre Um Planeta Estranho”
Melhor Direção de Arte: Gutor BR, por “Sangro”
Melhor Desenho de Som: Gustavo Soesi, “Um Tempo Só”
Prêmio especial do júri: para as atrizes Divina Valéria e Wallie Ruy, em “Marie”, por nos permitirem vivenciar deslocamentos corporais inesperados e por imaginarem um futuro travesti num país que mais mata trans no mundo.
Júri da Crítica: “Marie”, de Leo Tabosa
Melhor Filme Júri Popular: “Teoria Sobre Um Planeta Estranho”, de Marco Antônio Pereira
Menção Honrosa: a Ester Amanda Schafe, de “A Pedra”, pela vigorosa interpretação e pelo talento promissor que revela.
Prêmio Aquisição Canal Brasil: “Marie”, de Leo Tabosa