O médico foi o primeiro a abordar o tema alongamento ósseo na terceira edição do Congresso Nacional de Nanismo, realizado há um mês, na cidade de Goiânia. Ele falou dos aspectos técnicos do procedimento e preparou a plateia para a palestra do Dr. Bongiovanni, criador de uma das técnicas mais modernas de aplicabilidade do método Ilizarov, conhecido por promover alongamento ósseo por distração utilizando fixadores externos. Saiba melhor sobre o tema assistindo:
O especialista em ortopedia e traumatologia, subespecialista em fixadores externos, reconstrução e alongamento ósseos pela Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) explicou minuciosamente todos os procedimentos que envolvem o alongamento ósseo, desde a preparação do paciente, até as ferramentas mais indicadas para a distração óssea e suas características.
Leia um pequeno resumo do que foi esta palestra mas assista ao vídeo completo ao final da matéria.
Palestra Paulo Miras (10/11)
Foto: Matheus Alves/ Fasam
Dr. Miras começou explicando que as principais finalidades do alongamento ósseo são:
- Corrigir discrepâncias dos membros
- Corrigir deformidades concomitantes
- Alongar pessoas de baixa estatura
Ele explicou que além do tipo de alongamento que é necessário, indicado em casos de baixa estatura acentuada, ou seja, nanismo, ainda existe o alongamento cosmético, realizado em indivíduos de baixa estatura mas que não enquadram condição de deficiência física.
O ortopedista também falou sobre os cuidados essenciais para este tipo de procedimento. “Preservar anatomia é importante porque nada adianta fazer alongamento e eventualmente transformar um osso sem deformidade em um osso com deformidade.E preservar a função. Não adianta um membro alongado mas duro, sem mobilidade”, analisa.
O médico explica que o alongamento em múltiplos focos concomitantes é uma tendência mundial.“O alongamento é feito com uma fratura, onde o osso é distendido. Hoje em dia, há uma tendência mundial ao uso de duas fraturas porque podemos fazer alongamento mais rápido, maior e com menos complicações”, compara.
Dr. Paulo ainda adianta sobre a possibilidade de uma perspectiva de crescimento, antes de iniciar o tratamento. “Quando a criança se consulta, a gente tem condição de ter uma previsão de quanto essa criança vai crescer. Através de alguns gráficos desenvolvidos por um médico norte-americano. Essa tabela não é totalmente precisa, tem um índice de 10 a 15% de erro mas serve para avaliação inicial”, explica.
O especialista relembra que os acondroplásicos têm deformidades clássicas na ortopedia. “Estenose da coluna vertebral, hiperlordose da coluna lombar, flexão do quadril, colo do fêmur curto e varo; e os membros inferiores arqueados (fêmur varo e tíbia varo, configurando genu varo e resultando em grande sobrecarga na coluna)”.
Indicações para tratamento:
- Discrepância de membros
- Baixa estatura
O alongamento deve ser realizado APENAS por pessoas treinadas especificamente na técnica (fixação externa e osteotomia). “Não começamos o alongamento após a cirurgia. Tem alguns dias, que é o período de latência, de 7 a 15 dias. De acordo com diferentes técnicas ou com o paciente, por exemplo, se demora muito em criança começa a consolidar o osso, então geralmente é com 7 dias”, afirma Dr. Paulo.
De acordo com ele, a velocidade de distração média é de 1mm por dia e o ritmo de distração, ¼ de mm a cada 6 horas. O alongamento com fixação externa é um tipo de intervenção considerada minimamente invasiva pela ortopedia e a fisioterapia começa desde o primeiro dia de pós-operatório para preservar as funções dos membros, ou seja, os movimentos.
“Em nanismo acondroplásico, normalmente fazemos alongamento, primeiro nas pernas, depois nos úmeros e depois no fêmures”, pontua acrescentando que pessoas com a condição toleram maiores alongamentos, com menos tempo e menos complicações do que outros tipos e pacientes.
Para o médico, o procedimento tem bons resultados, tanto do ponto de vista físico quanto do psicológico.
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