“Não adianta os pais quererem o mais rápido possível. A criança tem que estar preparada para encarar o tratamento”, diz especialista em alongamento ósseo

Há 27 anos, o ortopedista e traumatologista Samuel Diniz trabalha com alongamento ósseo, não apenas em pessoas diagnosticadas com acondroplasia – o tipo mais comum de nanismo -, mas também com pacientes vítimas de traumas. Os questionamentos, principalmente das famílias com crianças que têm nanismo, são inúmeros e o principal envolve a melhor hora para dar início às cirurgias. De forma geral, a literatura médica indica idades entre 8 e 9 anos, mas o especialista garante que, mais importante que a idade, é a maturidade para lidar com o tratamento, que não é simples e que apenas começa na mesa de cirurgia.

“O que realmente levamos em consideração é quando o paciente tem maturidade intelectual de poder participar do tratamento. Então, não adianta os pais quererem o mais rápido possível. A criança tem que estar preparada mentalmente, psicologicamente para poder encarar o tratamento que demanda meses requerendo fisioterapias diárias, curativos, cuidado com o fixador. Portanto, a idade é aquela em que conseguimos entender que o paciente tem condição de participar e aceitar o tratamento”, diz.

O médico explica que há alguns anos profissionais capacitados para os procedimentos eram mais raros, mas que atualmente, todos os Estados possuem especialistas competentes e experientes nas cirurgias. “Não é somente o ato cirúrgico em si, o profissional precisa estar capacitado para resolver as complicações que porventura podem acontecer. Na hora da escolha é preciso analisar a bagagem do médico nos tratamentos de pacientes com essa patologia”, acrescenta.

No caso da acondroplasia, além do alongamento, são feitas correções de deformidades dos membros, sobretudo dos inferiores. Samuel Diniz pontua que as pernas arqueadas são as mais comuns e que, ao mesmo tempo em que é feito o alongamento, também é realizada a correção. “Quem tem diagnóstico de acondroplasia geralmente possui uma desproporção tronco/membro. Isso significa que o tronco possui um comprimento normal e os membros são muito encurtados em relação ao tronco”.

De uma forma geral estes procedimentos são feitos em pacientes que possuem planos de saúde. Isto porque de forma particular não é muito acessível à população brasileira. Além da cirurgia, são inúmeras consultas, exames, e até mesmo novas intervenções cirúrgicas que encarecem o tratamento.  

Catherine Moraes

Jornalista por formação e apaixonada pelo poder da escrita. Do tipo que acredita que a informação pode mudar o mundo, pra melhor!
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